sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010 passou por aqui

E o ano de 2010 pode ser resumido da seguinte maneira:

Chuvas que castigaram o Rio de Janeiro e São Luiz do Paraitinga no primeiro dia do ano. De Volta para o Futuro: 25 anos. Terremoto no Haiti: 200 mil mortos. Dra. Zilda Arns: muito obrigado! O ano de Hebe Camargo: do câncer à Rede TV. Ônibus da delegação de futebol do Togo metralhado. Deixa o Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3) como está. A filha assaltando a própria mãe, no Rio. Aonde a web nos levará? Jogador do Botafogo fumando crack. Um ano de Obama: taxa de desemprego norte-americano alta, mas plano de reforma da Saúde aprovado. Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa, e os ateus também querem seus direitos. E a Faixa de Gaza continua linda... Steve Jobs e a Apple: o i-Pad não é o limite. França proíbe véu islâmico em locais públicos, e vai proibir muito mais. Um obrigado a J. D. Salinger. Jardim Romano, em São Paulo: um verdadeiro pântano. Veteranos idiotas: trotes universitários com álcool combustível. E punição para alunos de medicina, em Ribeirão Preto, mais idiotas ainda. A nova classe média brasileira consome. Os jovens desaparecidos em Luziânia: primeiro os ET’s, depois, o assassino. Venezuela: Hugo Chávez continua mandando, mas já não é mais maioria no congresso. Um obrigado a Howard Zinn. Os gays em pé de igualdade com os heterossexuais, aos olhos da justiça. O Tea Party, sob o comando de Sarah Palin. Governador preso em Brasília: aleluia! Programa Nuclear Iraniano: este deu trabalho. Um obrigado a Pena Branca. 20 anos da libertação de Nelson Mandela. O jornalista Ray Gosling confessa a morte do parceiro: a eutanásia em questão. Grécia: a beleza da ilha colocada em risco com sua economia. Obama e Dalai-Lama juntos? A China não gostou. Desenterraram até o Tutancâmon. Rio de Janeiro arma cerco contra os mijões da folia. Plano Nacional de Banda Larga. Humoristas proibidos de fazer piada com candidato. Ladrão entalado na chaminé da churrasqueira. No Uruguai, Jose ‘Pepe’ Mujica; no Chile, Sebastián Piñera; na Colômbia, Juan Manuel Santos. E proibiram a Devassa da Paris Hilton. São Paulo e um dado triste: 13 mil moradores de rua na capital. Lula e sua comparação (infeliz) de presos políticos cubanos com presos comuns do Brasil. Campanha nacional de vacinação contra a gripe suína: você se lembrava? A China cresceu, e já é a segunda no ranking. Um obrigado a Glauco Villas-Boas. Terremoto no Chile, e muitos mortos. Padres pedófilos: tornando rotina, infelizmente. Os royalties do petróleo: a divisão do Ibsen Pinheiro não agradou. Avatar revolucionou as telas dos cinemas. Mas foi Kathryn Bigelow quem fez história no Oscar. À forca, casal Nardoni. A China não quer o Google. Um obrigado a Armando Nogueira. Pulseira do sexo para as crianças, e álbum de figurinha aos adultos: alguma coisa está fora da ordem? Mais chuvas no Rio, e mais tragédias. Lei da Ficha-Limpa: vai dar pano pra manga. Papa Bento XVI e as mea-culpas da igreja católica. Chico Xavier: de centenário de nascimento a longa-metragem de sucesso. Na Argentina, acerto de contas com ditadores do regime militar. O Santos, de Neymar e Ganso, encantou. 50 anos de Brasília. O fenômeno twitter até mandou o Galvão Bueno calar a boca. Procuradora aposentada que bate em criança. David Cameron: o partido conservador volta ao poder na Inglaterra. O PCC continua dando as cartas. Vazamento de óleo no Golfo do México. Tentativa de atentado na Times Square, em Nova York. 7,7% de reajuste aos aposentados. Os Tuma: Romeu, o pai, faleceu; Romeu, o filho, foi preso. Policiais espancando – e matando – motoboys. Portugal em alerta, bem como a Irlanda e a Hungria: o Euro já não agrada. Bibliotecas em todos os colégios do Brasil. Coreia do Sul x Coreia do Norte: simples briga de vizinhos? Aumento de impostos na Alemanha. A culpa do narcotráfico é de quem? Israel x Palestina: nove ativistas mortos ao tentar furar o bloqueio em Gaza; mas, depois, tentativa de conciliação. PIB brasileiro no primeiro trimestre foi bom. Mércia Nakashima: mais um caso sem solução aparente. A caça aos últimos nazistas na Alemanha. Um obrigado a Jose Saramago. Dossiês contra candidatos tucanos. Código Florestal beneficiando desmatador de floresta. O pai teve sete netos: com a própria filha! Tornozeleira eletrônica: solução? O triste destino do México. Incríveis 11 horas de uma partida de tênis. General norte-americano falou mal do patrão e acabou destronado do cargo. Genérico do Viagra: a alegria do povo. 50 anos da independência do Congo. Sakineh vive? Lula secretário-geral da ONU? A Copa do Mundo na África do Sul: polvo Paul, Jabulani, Vuvuzela, Larissa Riquelme, fracasso do Brasil, Espanha campeã. Goleiro Bruno e seus amigos Macarrão e Bola: cadê Eliza Samudio? Sarkozy em apuros: tanto no trono, quanto na cama. O Stand-Up Comedy invade o Brasil: mais uma dos norte-americanos. Cuba liberta dissidentes políticos e os entrega à Espanha. Fim da separação judicial. Roman Polonsky enclausurado. EUA fora do Iraque. A educação no Brasil: índices alarmantes. Palmada não pode mais. Casamento gay liberado na Argentina. Corrupção policial no Rio: quem pagou foi Rafael Mascarenhas. Julian Assange e o seu WikiLeaks: revolução nas políticas externas. A Catalunha contra as touradas; e a tourada contra Tafalla. A triste escalada da pedofilia no Brasil e no mundo. Joaquim Roriz foi enquadrado, então, chama a sua mulher. Plínio de Arruda até tentou agitar as eleições. O Muricy foi convidado primeiro, mas o técnico da Seleção é Mano Meneses. A Copa Libertadores foi do Internacional. “Otário, malandro, sacana: tênis é esporte da burguesia”. Os debates presidenciais e sua triste realidade: perdeu para A Fazenda. Jovem morto por esbarrar em uma mulher: cadê a tolerância? 84 anos de Fidel Castro. “Vote Tiririca, pior que ta, não fica”. Enchentes no Paquistão. A dengue cada vez mais forte: voltou até um tipo que estava escondido. Mesquita perto do marco zero em Nova York? O norte-americano não quer. O drama dos mineiros soterrados no Chile, até a salvação através da cápsula. Pesquisas com célula-tronco embrionárias: vai ou racha? Kirchners versus Clarín e La Nación. Néstor até morreu. Hotel Intercontinental sob ataque, no Rio. Racismo em escolas paulistas. Um obrigado a Dorina Nowill. Centenário do Corinthians: de juras de amor eterno ao ‘centernada’. Imbróglio no estádio paulista para a Copa, e em outras cidades também. Alienação parental agora é crime. Fim do impresso Jornal do Brasil. “Extirpar o DEM da política brasileira”, presidente? 500 mil funcionário públicos no olho da rua em Cuba. Até tu, Erenice Guerra? A violação do sigilo fiscal de Monica Serra. França deporta ciganos. Extrema direita avança na Europa. Mono Jojoy e um golpe nas FARC. Lula e sua cruzada contra a imprensa. Ahmadinejad põe a culpa do 11/SET nos EUA. Blusa presa na porta do vagão? E 250 mil ficaram a pé em SP. Cambridge melhor que Harvard. Um obrigado a Tony Curtis. Tal pai, tal filho: Kim Jong-il e Kim Jong-un. 22% das plantas no mundo ameaçadas de extinção. Dilma vence com folga no 1° turno? Rafael Correa sitiado no Equador. Google Street View e sua intimidade abordada. Mark Zuckerberg e o seu Facebook: sucessos. O aborto foi abortado, mas deu trabalho. Liu Xiaobo ganhou o Nobel da Paz, mas não levou. Você se lembra em quem votou nas eleições de 2010? Reforma previdenciária revoltante na França. Pelé 70 anos. Monteiro Lobato: literatura racista? Incompreensível: ‘rodeio das gordas’ em Araraquara e agressão a homossexuais na Av. Paulista. 30 anos sem John Lennon; e 30 anos sem Peter Sellers. Seca no Amazonas. Dilma Rousseff: a primeira presidente do Brasil. PMDB e PT em crise por ministérios? A polícia sofreu, mas também bateu. E os Silvios foram assunto: o Santos com a derrocada do banco Panamericano; e o Berlusconi só falou bobagem. O filho do príncipe Charles e da princesa Diana anuncia casamento: e daí? Um obrigado a Blake Edwards. Tribunal civil não sabe julgar como o tribunal militar? O fenômeno Tropa de Elite 2. Vila Cruzeiro e Morro do Alemão tomados pelo exército. Rússia sede da Copa 2018 e Catar sede da Copa 2022: por quê? Censo 2010: 190.732.694 habitantes no Brasil. A classe média nas alturas, e a ANAC em pânico. Infraestrutura brasileira questionada. Abertura dos documentos do Regime Militar. Fluminense, campeão brasileiro de 2010. Já ouviu falar do Mazembe? Pois ele tirou do Internacional a chance de jogar contra a Internazionale no mundial de clubes. A megacapitalização da Petrobrás, em princípio, ainda não surtiu efeito. O Banco Central brasileiro apertou o crédito, mas não comprometeu o Natal. Brasil reconhece o Estado Palestino. Ao invés de soro, vaselina. E o Cesare Battisti ficou no Brasil. Tchau, Lula. Boa sorte, Dilma.

E em 2011 teremos muito mais. Muito mais do mesmo. Segure-se, que a brasilidade vai continuar transbordando...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sobre a cabeça (dos brasileiros) os aviões...

O site WikiLeaks, do australiano Julian Assange, causou verdadeiro frisson mundial nos últimos meses de 2010. A divulgação de cartas acerca do que a diplomacia norte-americana pensa - ou age - em relação aos demais países do mundo deixou não só os próprios diplomatas dos EUA em polvorosos, como também, em xeque. Nunca se duvidou tanto da política externa do Tio Sam – e essa derrocada iniciou-se com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a partir de uma série de ações desastrosas iniciadas por George W. Bush. Todos os dias são divulgados casos da ação dos serviços secretos de inteligência dos EUA. E o Brasil foi envolvido também.

Uma das cartas que o Wikileaks possui diz que Brasília poderia ter sido vítima de um ataque terrorista em março de 2009. Tudo por conta de um avião monomotor que fora roubado na cidade de Luziânia, em Goiás. À época, a Força Aérea Brasileira (FAB) teria hesitado muito no momento da decisão de abater ou não o avião. Aos olhares dos norte-americanos, essa é uma prova de que a capital brasileira é um alvo dos sonhos dos terroristas. Mas os diplomatas ianques não moram aqui. Caso vivessem um pouco da vida do gigante sul-americano saberiam que a capital localizada no planalto central sofre ataques terroristas há 50 anos. E os terroristas, no caso, são aqueles chamados parlamentares.

São eles que praticam o terrorismo que assola Brasília. De lá saem leis que regem o Brasil, e lá se pratica um dos atos mais vis que um cidadão de bem considera: a corrupção. Lá ocorrem assaltos e roubos à população, mesquinharias, improbidades, amoralidades, e tudo mais que possa imaginar de baixo e sujo. Tudo porque os ‘terroristas do Brasil’ são protegidos por um câncer chamado imunidade parlamentar. Quer dizer que o bandido travestido de deputado - ou de senador, ou de presidente ou vice - pode praticar não só o progresso da nação, mas também, os atos ilícitos que o possa interessar sem se preocupar com a cadeia, local mais correto para pessoas que roubam ou matam (diretamente ou indiretamente).

O Brasil sofre ataques terroristas destes bandidos desde que Juscelino Kubitsckek resolveu esvaziar o Rio de Janeiro e aumentar a dívida externa brasileira, levando a capital para o meio do território. Por lá passaram pessoas competentes, sim. Gente que realmente se preocupou não só com o seu bolso, mas com a educação e desenvolvimento dos brasileiros. Mas é em Brasília que aparece os tipos mais nefastos, falsos, sem escrúpulos, que acabam arrebentando com qualquer sonho de tornar o Brasil mais justo, honesto, e em uma crescente favorável.

Não se interessam com a educação, e hoje os brasileiros cada vez menos se entendem com a matemática; não se preocuparam com a saúde, daí os resultados em hospitais públicos, das brigas entre os planos de saúde e conveniados, e das trocas de frascos no momento de aplicar uma injeção; não se preocuparam com a escalada da violência, deixando de oferecer mais qualidade às seguranças públicas, e, como resultado, festivais de assaltos, estupros, violências gratuitas. E ainda concedem indulto a bandido: de Natal, de Dia dos Pais, de Páscoa, etc. E falando de aviões, nem convém citar o 'caos aéreo' - obra deles, os parlamentares - que comanda os aeroportos desde 2006...

Ou seja: quando você quer saber a respeito de política brasileira, só encontra terroristas que jogam um avião por dia na cabeça da população.

Mas a verdade é que a culpa não é de Juscelino, nem dos parlamentares, nem da magistratura brasileira. A culpa é nossa. Tudo porque no momento da eleição o cidadão se atenta apenas à parte de um todo. Traduzindo: na hora do sufrágio, o eleitor fica preocupado apenas com a vaga de presidente, mas não com quem será o vice-presidente, por exemplo. Enquanto as campanhas aconteciam, os parlamentares só desejavam se eleger a fim de poder chegar ao clímax da campanha: o aumento salarial, tão comemorado por aquele que será o maior representante da população paulista na Câmara dos Deputados, o nosso Tiririca.

Portanto, a preocupação norte-americana com possíveis ataques terroristas está ultrapassada: nós já temos terroristas nacionais, que sabem como ninguém dominar a cabeça da população e praticar a ilegalidade. Ou seja, o WikiLeaks não fez nenhuma revelação bombástica acerca do Brasil. Apenas ratificou o que a pessoa mais atenta já se deu conta. Desde que nasceu.

Caetano Veloso um dia cantou: "Sobre a cabeça os aviões...". Cuidado com a sua!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

sábado, 13 de novembro de 2010

Haikai do proletariado

na sexta que não anda /
o trabalho que não avança /
na marmita tem quiabo /
e a pinga do buteco /
não aceitam fiado /

o salário não sustenta /
e a dívida só aumenta /
almoço meu quiabo /
que mais parece /
pão amassado pelo diabo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Começou Chorare

Pronto! Chegou ao fim mais um capítulo histórico do Brasil. Dilma Rousseff foi eleita e declarada a mais nova administradora da maior nação da América do Sul. Pronto! Já sabemos que o PSDB (entenda-se também DEM) ficará mais 4 anos afastado do comando da 8° maior economia do mundo. Pronto! Podemos comemorar. Mas comemorar o quê? Com certeza, o encerramento de um dos maiores teatros – nefastos - que a nação já presenciou que foram as eleições presidenciais de 2010.

A principal lição a ser tirada desta campanha eleitoral - que teve início no segundo semestre de 2009, quando o atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, passou a colocar o nome de Dilma Rousseff na mira dos holofotes da mídia – é a de que será necessária uma reforma política, e de forma urgente. Uma reforma que faça o cidadão brasileiro ter prazer em sair de casa para escolher um candidato, e não que ele vá obrigado votar em pessoas que não inspiram a mínima confiança.

Durante o período de campanha, principalmente após a Copa do Mundo, ouvi de muitos amigos manifestações pró-Dilma ou pró-Serra. Eram externados os desejos deles, uns dizendo que o Brasil não merece como governante uma criação de Lula, outros dizendo que não se pode voltar aos tempos de Fernando Henrique Cardoso. Na verdade, o que não pode é ligarmos a televisão e vermos um festival de baixarias e ataques que em nada acrescenta à vida da população.

Os debates realizados por emissoras de televisão e alguns portais de internet foram vergonhosos. O que se viu foi um festival de ataques, de injúrias, de falta de preparo dos candidatos para debater questões legais de interesse público. Nos debates, houve muita denúncia e, pior ainda, muito candidato ‘sabonete’ (o candidato respondia a questão com outro assunto, ou seja, não respondia aquilo que lhe fora perguntado).

A falta de exposição dos planos que cada um dos candidatos prepararam ao Brasil nos próximos 4 anos foi uma das principais causas do desinteresse da população nas eleições presidenciais. No segundo turno, por exemplo, nada menos que quase 30 milhões de brasileiros se abstiveram de votar. Este alto número de pessoas que não votaram foi atribuído ao fim de semana prolongado por conta do feriado de Finados. Mas penso diferente: o feriado foi usado como desculpa para o brasileiro fugir da encrenca em que fora metido.

Outro vilão desta campanha eleitoral foi, por mais um ano, a propaganda eleitoral gratuita ao rádio e à televisão. Esta é uma prática que desagrada o eleitor, que se vê obrigado a assistir a fantoches abrindo e fechando a boca, gesticulando para ver se chama a atenção do espectador. Uma prática – a propaganda eleitoral gratuita - desgastada, no qual a pessoa, em épocas passadas, divertia-se com um bando de gente sem preparo pedindo o seu voto; hoje, o espectador chora e sofre com a falta de respeito de candidatos que desafiam a inteligência do eleitor. Os únicos que sorriram com a propaganda eleitoral gratuita foram as redes de televisão a cabo, para onde migraram os telespectadores da televisão aberta.

O sufrágio é importante, é um direito do cidadão em qualquer país democrático. Mas o que assistimos é a banalização deste voto. Direito este que fora conquistado há 25 anos a base de luta e sangue. Pedimos mais respeito ao cidadão, que merece também ter direito de não sair de casa para eleger uma pessoa no qual ela não confia. O voto obrigatório deve começar a ser extirpado.

Pronto! A Dilma venceu o Serra. Mas quem perdeu foi o povo brasileiro, que foi privado de conhecer as propostas dos candidatos para os próximos 4 anos, no qual o Brasil será testado de vez como um país emergente ou não. Sem contarmos que no fim do pote terá uma Copa do Mundo de futebol no Brasil.

Pronto! A brasilidade transbordou a favor da democracia, porém, de forma obrigatória. De livre e espontânea vontade ainda é uma utopia distante, mas que um dia pode acontecer. E quase me esqueci: dentro da reforma política urgente, será que cabe o fim das tais imunidades parlamentares, um dos maiores cânceres do Brasil?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Canalha

Como pude deixar que isso me acontecesse?
Mesmo de forma latente, era claro que não poderia dar certo
Todavia, deixe-me levar
Logo eu, que já não sou mais um adolescente
Já caí demais para enfiar-me em mais uma problemática
Mas confesso: fui enganado!
Foi de uma forma vagarosa, tranquila, suave
Não sei se foi no primeiro dia, ou se foi no último
Só sei que foi mais forte do que a minha armadura de cavaleiro
Indumentária esta que só me faz sofrer
Que só me faz ser, para outros, indelével
Talvez tenha sido aqueles verdes fascinantes, aquele jeito doce
Aquilo que é agradável para qualquer mortal
Agora, nem sei mais o que me resta
Tentar fugir é se acovardar como um canalha
Tentar escancarar é aliviar em um determinado momento
Mas pode trazer um vazio em um futuro incerto
Sim, não era para isso ter acontecido
Era para ser normal, apenas mais um dia na vida medíocre de um ser humano medíocre
Tenho alguma solução?
Se tenho, não sei dizer no momento
Por enquanto, vou curtindo o meu deslize
E tentar aliviar, esquecendo aquilo que me faz sorrir ao abrir
e fechar os olhos, todos os dias

domingo, 10 de outubro de 2010

Desilusões...

... de um quase aposentado de eleições.


Eleitor num boteco do Leblon
Josão Ubaldo Ribeiro - O Estado de S.Paulo

-Cara, eu vou te contar, parece perseguição, caso pensado do destino contra mim.

- É verdade, o Flamengo...

- Dispenso insinuações. Se é para desacatar, pode dizer, que eu mudo de mesa, não tem nada a ver com o Flamengo.

- Que é que foi então, a Martinha casou de novo, você está de genro novo outra vez?

- Não, quanto a isso tudo bem. Ela casa de seis em seis meses, eu já acostumei, já tenho até uma rotina de conhecer genro novo que eu sigo automaticamente, só misturo os nomes de vez em quando, mas ela também mistura, ninguém liga, eles são modernos. Sem problema, nessa área eu não tenho mais problema, é coisa do passado. Não, cara, é esse segundo turno, esse segundo turno não tinha nada que pintar, cortou a minha legal mesmo. Não digo que seja um grande problema, mas é mais uma frustraçãozinha, eu já tinha entrado em outra e agora vou ter de adiar até o segundo turno. Eu queria já estar comemorando hoje, mas vou ter que esperar até o dia 31.

- Não, vai esperar até 1.º de novembro. A eleição é que é no dia 31, o resultado só deve sair em 1.º de novembro.

- Mas eu não queria comemorar resultado nenhum, não estou falando em resultado. Por mim, pode dar o resultado que der, é tudo mera formalidade, as tetas continuam as mesmas, só substituíram algumas bocas. Não comemoro resultado nenhum, eles que comemorem, chega de ser otário. Eles é que entram no bem-bom e eu é que vou ficar aqui feito um bobo alegre, comemorando? Não é nada disso, é que eu já tinha me programado todo para esse momento. Minha última eleição, a última vez em que eu tenho de passar por isso.

- Também não é tão dramático assim, votar hoje em dia é muito fácil, ninguém demora muito.

- Você não está sacando nada, a questão não é essa. É a humilhação, eu não quero é sofrer a humilhação outra vez.

- Você vai me desculpar, mas então não saquei mesmo. Eu não vejo humilhação nenhuma nas eleições.

- É uma questão de sensibilidade. Você não tem a mesma sensibilidade que eu, eu sou um cara muito sensível e meu pai sempre incutiu nos filhos o senso do ridículo, o velho sempre passou para nós um grande senso de ridículo. E talvez você nunca tenha parado para pensar. Acho que meu problema é esse, eu paro muito para pensar e também tenho muito senso de ridículo. Na última eleição, não sei se lhe contei, eu tive uma crise de riso na frente da urna que os mesários quase chamam uma ambulância, grande mico. Na hora eu ri, mas a lembrança é muito desagradável. No fim do ano eu emplaco setentinha, quer dizer, era votar agora e nunca mais. Aí vem esse segundo turno adiar minha festa e renovar a humilhação.

- Eu ainda não entendi que humilhação é essa.

- É uma questão de sensibilidade mesmo. A você pode não afetar, a mim afeta muito. Em primeiro lugar, eleição é somente para carimbar o visto para eles se locupletarem nossa custa, não importa que papo mandem para cima da gente, tem que prestar atenção no que eles fazem, não no que eles dizem.

- Está certo que muitos deles sejam assim, mas não todos. Ainda há uns caras sérios por aí.

- Quem, os da esquerda?

- Não necessariamente, não é isso que eu quero dizer.

- Eu explico a diferença entre a esquerda e a direita. A turma da esquerda mete a mão esquerda no pirão, a da direita mete a mão direita e a do centro deve meter as duas, ou então o bocão logo direto. A função do eleitor é somente carimbar a autorização. E o comparecimento é obrigatório, tem que tomar parte na presepada, mesmo que não queira. Nem a liberdade de se recusar a fazer papel de besta o sujeito tem, é muita humilhação.

- Não concordo, você está sendo radical.

- Para que serve o título de eleitor? Você tem que ter o título, tem que mostrar nas repartições que nem o CPF. É para isso que o título serve, para mostrar que você tem título. Você parou para pensar nisso direito, não é humilhação? Os caras te obrigam a entrar numa fila e encarar burocracia para tirar um documento cuja única finalidade é mostrar que você tem esse documento. É como ganhar um diploma de diplomado. Atenção, cidadão, o título de eleitor é um elemento importante de sua cidadania e será exigido para tudo, só não será aceito para votar. Para votar, será aceito qualquer documento, menos o título de eleitor, e você acha que não estão curtindo com a cara da gente?

- Realmente acabou dando nessa confusão, mas é uma coisa que pode ser corrigida, é um pormenor sem importância. Claro que não vai ficar assim, eu tenho certeza de que vão consertar isso, devem bolar um título novo, com a fotografia do eleitor.

- Ah, devem. Vão fazer até melhor, eles não vão deixar passar essa. Vai sair um kit-eleitor, com um exemplar da Constituição, um CD com os hinos brasileiros e o título de eleitor, tudo obrigatoriamente comprado na mão de um único fornecedor. E, enquanto isso, o que eu faço com o título velho?

- Bem, há uma boa resposta para isso.

- Eu sei. E deve ser isso mesmo que eles estão querendo nos dizer, eles humilham.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

...ELEIÇÕES 2010...



Mas, isso não deveria ter sido feito muito antes?! Afinal de contas como é feito o 'recrutamento' dos candidatos? Logo, poderá existir muitos outros na mesma situação, certo?! Ou já estou delirando?!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pensamentos Aleatórios: Coitadinhos...

O Estado de São Paulo - Fala de Fernando Meirelles no Caderno 2

A postura brasileira de 'pobre coitado' para tudo o que não dá certo, encostando-se no passado escravocrata, explorador etc., etc., me irrita um pouco.Possuimos certos marcas do nosso passado, mas até aí, todos possuem. Cada um de seu modo. Errado é usar desses fatos como muleta ao invés de dar voltas por cima.

A afirmação de Meirelles sobre o cinema brasileiro me fez refletir sobre essa questão. Gosto muito do trabalho do Meirelles, porém não concordo com seu argumento. Até porque, se fosse isso, as novelas não fariam tanto sucesso (principalmente aquelas que ostentam glamour e beleza) e nós não encheríamos o cinema para ver produções hollywodianas. Ou, como explicar o grande sucesso de O homem que copiava, Se eu fosse você (1 e 2), O nosso lar (apesar da temática), Tropa de Elite.

Os filmes argentinos tem qualidade, os nossos também. Só falta um pouco mais de boa vontade na produção de roteiros mais variados e imagens mais bonitas. Estamos caminhando, já vejo grandes produções, mesmo as que não fizeram tanto sucesso. Se diretores bons como Meirelles continuarem nos vendo apenas como pobres coitados, e não se derem conta da grande massa consumidora já característica de nossa brasilidade, acabaremos com outra muleta: a de que argentinos não prestam e são nossos piores inimigos.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Conto?

Como é bom olhar para ela
Principalmente quando caminha, como em um desfile
Ela vira a cabeça e me olha
Mas estou de óculos escuro
O que a faz não perceber que a vejo
E assim passa 'despercebida'
Mal ela sabe que a observo
Mal ela sabe que é um prazer observá-la
E mal ela sabe que mesmo conversando com outra
Acompanho cada passo seu
Ela vai e leva consigo o meu olhar
Ou melhor: minha fascinação
E se um dia ela soubesse?
Talvez não fosse resultar em nada
Mas a admiração pelo seu jeito enigmático perduraria
Como em um bom olhar para ela

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nossa Língua Brasileira

Ah...essa brasilidade me fascina!!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A cidadania à procura de uma voz

Quem está habituado a utilizar o metrô na cidade de São Paulo sabe da desventura que é tomá-lo em determinados horários durante a semana. Em algumas estações, torna-se uma verdadeira epopeia tentar embarcar em algum vagão da companhia, devido ao volume de pessoas que circula nos horários de ‘pico’. Atualmente, ocupa a faixa das 7 às 10 horas, e das 17 às 20 horas. Em parte, é problema criado pelo próprio governo estadual ao construir as linhas mais antigas, na década de 1970 e 1980, sem o planejamento e a infraestrutura necessários para que as pessoas não se atropelem no afã de adentrar em um trem da companhia.

Mas nem tudo é culpa do governo. Muitos dos absurdos que ocorrem nos horários de maior movimentação entre os usuários do metrô são suscitados pelos próprios frequentadores. A essas pessoas lhes faltam um requisito básico na cartilha da cidadania: educação. Claro que este conceito era de dever do Estado em ser transmitido, mas nem sempre – ou nunca – é feito. Entretanto, desculpas são sempre inventadas para justificar os erros; existem diversas pessoas que não tiveram a educação vinda dos governos, mas mesmo assim, foram criadas com bons costumes em suas casas.

Há alguns dias peguei o Metrô em uma estação localizada na Av. Paulista. E a voz que anuncia recados para os usuários era de uma mulher, uma voz fanha, beirava o irritante. Mesmo assim, somente dicas de como se utilizar bem as dependências do metrô e seus vagões de trens. Ao embarcar rumo a uma estação da linha Azul – as estações da Av. Paulista são da linha Verde – entraram, juntos comigo, um casal de amigos. O rapaz ouvia atentamente o que a moça, uma japonezinha, falava. Ela se queixava da voz da mulher do alto-falante.

“Nossa, que mulher mais irritante essa”, disse a moça oriental, “que voz insuportável”. Sim, concordei: realmente a mulher que dava dicas, como não segurar as portas do trem para evitar atrasos, não era das mais suaves, não era uma Íris Lettieri. Contudo, o fato que chamou a atenção foi outro. Após mais uma dica transmitida pela voz do alto-falante – que era sobre entrar com calma nos vagões para não causar empurrões e causar acidentes entre os passageiros -, a japonezinha virou-se para o seu amigo e disse: “Ela pensa que é fácil pegar um Metrô às 6 horas da manhã”. Parei e refleti sobre a frase da passageira.

À japonezinha eu respondo por aqui: seria fácil sim pegar um trem às 6 horas da manhã, na estação Sé, inclusive, caso as pessoas, ao invés de se preocupar com o tom da voz da narradora, ouvisse o que a mesma tem a dizer com as suas dicas. Procurar os defeitos é sempre mais fácil do que ouvir – e aplicar - o que realmente é necessário. Seria mais fácil pegar o metrô, às 19 horas, sim, se todas as pessoas prestassem a atenção nas informações dos serviços de alto-falantes.

Mas para essa utopia acontecer, é necessário que o cidadão esteja disposto a aprender. Tudo depende da disposição do ser humano em ouvir. Ter ou não a vontade de ouvir o que está sendo transmitido, ao invés de sair desferindo xingamentos sem uma pausa para uma reflexão. Sem uma autocensura, fica difícil de acreditar que somente o Estado é responsável pela falta de respeito nas linhas de trens e do metrô. E ainda sempre tem aquele casal, com dois filhos pequenos, que esperam na plataforma de embarque a chegada do trem e a abertura das portas, para saírem correndo iguais a dois animais irracionais por uma cadeira para viajar sentados, empurrando e se espremendo como se estivessem no Haiti em busca de alimento com missões humanitárias da ONU.

Uma enxurrada de deslizes e de falta de cidadania, fazendo com que o metrô fique a cada dia mais saturado, prontinho para a brasilidade transbordar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cadeirinhas ou Cadeirões?


Com relação as cadeirinhas infantis de segurança, eis uma questão que parece não ter sido levada em consideração: o tamanho.

Tecnicamente a importância dessas cadeirinhas se dá pelo fato de a criança ter um determinado tamanho que impede de utilizar o cinto se segurança de 'adultos'. Isto é, ela fica solta no banco de trás, sendo mais perigoso em situações de acidentes.

A questão é que, atualmente, as crianças tem tamanhos diferentes. Como colocado pelo 'marronzinho', uma criança de 7 anos pode aparentar ter 10 anos. E, tenho que concordar. Minha prima de 10 anos já parece uma adolescente de 15 anos. Ou aqueles guris, que esticam tanto, até parece que o leite materno tinha fermento.

Desta forma, imagine que belezinha, uma criança com tamanho de 10 anos em uma cadeirinha de 7 anos!!!...A cena com certeza seria bizarra.

Talvez, mais do que estipular idade, seja necessário estabelecer tamanho. E avaliar melhor a obrigatoriedade desta cadeirinha. Pois, aqui entre nós, mesmo sendo obrigatório o cinto no banco de trás, são poucos os que realmente utilizam, mesmo sendo de suma importância.

Ah...e vale constar, a desculpa de ausência de cadeirinhas para comprar, não cola mais hem 'brasileiros', pois, foi utilizada no mês de junho. Hihi...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eleições 2010: Gafe Política

Isso porque dizem que o 'povo' não presta atenção em horário político.



Criatividade Transbordante...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eleições 2010 - na televisão

Um breve levantamento do primeiro dia de programa eleitoral gratuito na televisão:

Serra tentando ser 'pobre' é judiar.
"Para todas as outras existe o PSOL"?! E as palmas meio 'Queen'...Coisas de Plínio
A qualidade da propaganda do PT é plausível!!! Marketeiro decente...
Eymael...usou muitooooo photoshop e tela verde...
Fidelix...que palanque é esse?!?!
Vamos salvar o meio ambiente...Marina

A largada para os deputados...diversão garantida!

"O quê que faz o deputado federal, na verdade, eu não sei, mas, vote em mim que eu te conto" - Tiririca 2222 "Pior do que está não fica"
Só Estrelas...Maguila, Mulher Pêra, Marcelinho, Chalita, Erundina, Bisteca, Esper, Tiririca......Batoré, Maluf, 'Oii Gentiii', Kiko do KLB, Frank Aguiar, ...

"Fui aprovado 2 vezes pelo programa CQC" - hahahah

Só transbordando!!!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vou de táxi...


Brasilidade é sentar do lado do taxista e bater um bom papo com ele...

Que outro lugar isso se faz possível?!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Foi dada a largada para a fanfarra

E alguém tinha dúvidas que o cronograma das obras de infraestrutura, e também dos estádios, visando a Copa do Mundo de futebol em 2014 iria atrasar? A pátria de chuteiras é também o país do jeitinho; uma nação que coloca debaixo dos tapetes afora toda a sua corrupção e incompetência. Que tem em diversos governos nos estados da federação a premissa de não admitir que é capaz de falhar: apenas posterga determinados assuntos. E tem gente que ainda acredita.

Todavia, trata-se da realização de um dos maiores eventos mundiais. Está em jogo a segurança de milhares de turistas que aqui estarão para prestigiar as seleções. Nas pautas também estarão valendo o crescimento de determinadas capitais, no que diz respeito aos transportes públicos, aeroportos novos ou reformados e ampliados, reformulação dos principais portos espalhados pelo Brasil, uma rede hoteleira digna de receber uma competição desse porte, e óbvio, estádios modernos para abrigar os 64 jogos das 32 seleções que desfilarão pelos gramados brasileiros.

Todas essas tarefas jamais foram classificadas como fáceis para se realizar. Mas o preocupante é o fato da maioria das obras estarem atrasadas, quando ainda não se iniciaram. O alerta veio do Tribunal de Contas da União (TCU), que salientou a preocupação que sempre teve todas as pessoas contrárias à realização da Copa por aqui. O TCU relatou que as realizações estão "impressionantemente atrasadas", e que o país corre o risco de repetir a farra de gastos com dinheiro público ocorrida no Pan-Americano de 2007, realizado na cidade do Rio de Janeiro.

Naquela ocasião, o atraso nas obras só fez aumentar o ritmo dos superfaturamentos em contas, péssimos planejamentos, e a construção de complexos esportivos que se tornaram verdadeiros “elefantes brancos”, ou seja, sem utilidades para depois do mundial. No caso do Pan de 2007, o complexo aquático Maria Lenk, por exemplo, já não serve para competições internacionais; a principal construção à época, o estádio João Havelange, conhecido como Engenhão, que abrigou principalmente provas de atletismo por conta de sua moderna pista, hoje só é aproveitado para a prática do futebol.

O anúncio da escolha do Brasil como sede da Copa de 2014 ocorreu há 3 anos. Daquela época até o apito do árbitro para dar início ao jogo de abertura do mundial é um tempo mais que suficiente para um país poder se organizar, a fim da realização do evento. Mas desde que se inicie logo cedo, o que não foi o caso do país. A impressão que se dá é que a demora foi proposital: quanto mais se enrola, mais concessões e superfaturamentos irão acontecer, e a farra com o dinheiro público é iminente.

Muita gente se animou, festejou, saiu às ruas comemorando o fato do Brasil ser o país-sede da Copa 2014. Por um lado o mundial pode ser interessante, deixando legados importantes à população, como a ampliação e a melhoria dos transportes públicos pelas capitais que irão abrigar jogos, entre outros. Mas é difícil que a corrupção e a ganância não apareçam nos próximos 4 anos, sempre envolvendo licitações irregulares, erros em contas, e muito dinheiro do bolso do contribuinte saindo.

Até 2014 a brasilidade irá transbordar...de raiva com os inúmeros jeitinhos brasileiros que se seguirão.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Copa maluca

A Copa do Mundo de futebol no continente africano foi a Copa maluca. Muitas pessoas se surpreenderam com os resultados absurdos que ocorreram durante o período vigente do torneio, e com muitos outros personagens que incrementaram a disputa. Mas a Copa de 2010 só foi “esquisita” para quem não esteve atento em tudo que se passou pelo futebol nacional e internacional nos últimos 4 anos.

Quem se recorda da Copa das Confederações, realizada em 2009 na África do Sul, mesmo palco da Copa do Mundo, não se surpreendeu com as eliminações precoces pelo meio do caminho e com placares absurdos. Na competição, que é uma espécie de aquecimento para mundial, a Espanha era favorita, pois vinha de um título europeu de seleções, mas sucumbiu nas semifinais diante dos Estados Unidos. O título ficou com o Brasil, mas de forma dramática ante os norte-americanos.

Ou seja, já era de se esperar confrontos inéditos, medalhões caindo, alguns novos talentos brotando e, pelo menos, uma constatação: o futebol precisa urgentemente se renovar. O que se viu na Copa africana foram times covardes, sem pretensões de ataque, só com a preocupação de não levarem gols, a fim de não saírem derrotados das partidas. Só assim para explicar a segunda pior média de gols da história dos mundiais, perdendo apenas para a Copa de 1990, na Itália.

A Espanha foi campeã da Copa 2010, e de forma merecida. Levantou o troféu porque sempre se mostrou mais preparada e entrosada, com um toque de bola refinado e preciso, apostando em um plano de jogo que beneficia a posse de bola, sem rifá-la, e ainda contando com um rápido e leve meio de campo. Venceu porque driblou os seus medos e receios do passado, quando já fora chamada se seleção pipoqueira.

Outra seleção que fez bonito na Copa foi o Uruguai. A última glória da chamada Celeste Olímpica em mundiais foi em 1970, quando terminara em 4° lugar. De lá para cá, o futebol uruguaio despencou, ficando de fora do cenário futebolístico por muitos anos. Renasceu no Mundial de 2010, como um gigante que sempre fora, liderada pelo craque eleito do torneio, Diego Forlán.

Vale destacar também a Holanda, vice-campeã com um futebol prático e objetivo, que apostou na dupla Sneijder-Robben para chegar à decisão depois de 32 anos de espera. Só não foi a campeã porque na partida decisiva preferiu distribuir pontapés no adversário a jogar futebol. A Alemanha, sempre forte, também deu espetáculo quando eliminou Inglaterra e Argentina na sequência. Mas acabou derrotada por aquela que seria a campeã, no caso, a Espanha.

Os destaques negativos da Copa 2010 começaram logo na primeira fase, com as eliminações de França e Itália, além de outras seleções africanas que eram apontadas como favoritas a conquistarem vagas dentro de seus grupos para as oitavas de final. Já o Brasil demonstrou um futebol muito pobre, aquém do esperado por todos. O técnico Dunga fez com que todos acreditassem que a Seleção brasileira formada por ele era digna e forte para representar o país, mas quebrou a cara. De (quase) todo mundo.

Questão polêmica foram as arbitragens. Dois lances grotescos provocaram a discórdia dos torcedores no mundo inteiro: o impedimento no primeiro gol da Argentina diante do México, pelas oitavas de final, e o gol da Inglaterra contra a Alemanha, quando a bola entrou por, pelo menos, 30 centímetros, e o árbitro ignorou, mandando o jogo seguir. Lances que interferiram diretamente em resultados, mudando o curso da Copa. Se a Fifa prega o fair-play deve começar a agir de forma mais honesta dentro das quatro linhas.

Para o alívio de muitas autoridades, nenhum ataque terrorista foi registrado no período do torneio. A Copa foi benéfica para os sul-africanos durante o tempo do anúncio do país sede, em 2004, até a decisão. Nesse tempo, a economia se aqueceu, empregos foram gerados, e em todo o continente africano foi criado uma expectativa de mostrar ao planeta que eles eram capazes de organizar um evento de tamanha magnitude que é o Mundial

A preocupação, para eles, virá agora: muitas contas para pagar, vários estádios que não servirão muito para a população, e um sentimento de que tudo ficará vazio por muito tempo, em um país que ainda tem muito a fazer para se reerguer. O duro golpe será agora, onde já se sabe que a festa acabou.

A Copa na África do Sul será contada através do folclore de Paul, o polvo vidente; Mick Jagger, o pé-frio; Larissa Riquelme, a musa do mundial; a bola Jabulani; o “Cala Boca, Galvão”, entre alguns outros personagens e situações. Mas nada irá se comparar às vuvuzelas, cornetas que fizeram sucesso nas arquibancadas africanas.

As luzes do espetáculo se apagaram. Parabéns à Espanha, campeã do mundo em 2010. Congratulações também àqueles que fizeram da Copa do Mundo o espetáculo que sempre foi. Agora será no Brasil, para a alegria de milhares, e tristeza de poucos – que no caso, estão certos em não quer o evento por aqui. É tudo muito bonito e bacana, mas a conta será alta, e de muitos bolsos sairão o dinheiro para pagá-la.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um encontro com o Rei do Rock...e com o Rei do Samba de Breque

Que estamos em uma época diferente, com avanços na tecnologia e com muitas ferramentas para a comunicação, além de alicerces para podermos nos aprofundar em diversos assuntos, não é dúvida. Mas o que muito se escuta dizer, principalmente das pessoas mais velhas, é que não há interesse por parte da juventude de hoje em ir atrás do conhecimento, do saber, e das pessoas do passado que fizeram do mundo o que ele é nos dias atuais.

Há algum tempo atrás ouvi um alerta preocupante: uma professora, a quem tenho uma grande admiração, relatou que seus alunos de uma de turma de publicidade não sabiam quem era Elvis Presley. Ninguém, de uma turma de aproximadamente 50 alunos, com a faixa de idade entre 19 e 21 anos, tinha conhecimento da existência do Rei do Rock.

Impressiona saber que um grupo de futuros publicitários não tenha a mais vaga ideia do que representa o ícone Elvis Presley para a cultura e o comportamento ocidental. Um exemplo categórico de como a geração dos anos 2000, em sua maioria, sabe utilizar a internet para se divertir, porém, sem conseguir se aprofundar em assuntos que são de grande interesse, em um mundo onde cada vez menos se importa com a qualidade do espetáculo.

Dias após a notícia – mais ou menos chocante – sobre Elvis, cheguei de uma balada, em um domingo de madrugada, um pouco “alegre”, porém, sem sono. Liguei a televisão e estava passando um programa no canal a cabo Globo News sobre fatos e personalidades da história. E o tema era Moreira da Silva.

O Rei do Samba de Breque, como Moreira ficou conhecido, é um ícone do samba brasileiro. Sempre ouvi falar, durante a minha infância, da importância de Moreira da Silva para a música popular brasileira. Porém, como não sou fã de samba, nunca conheci com detalhes a obra deste mestre. Mas o mínimo que posso dizer é que conheço a figura de Moreira da Silva, e há um bom tempo.

Sentado, assistindo o programa, descobri muito sobre Moreira, e pensei: será que a geração que não conhece Elvis Presley, e que provavelmente adora o pagode que tocam nas rádios nos dias de hoje, conhece Moreira da Silva? Será que a turma do “reboletion” sabe que os seus ídolos atuais beberam na fonte de Moreira da Silva, Adoniram Barbosa, Noel Rosa, Premeditando o Breque, entre muitos outros?

Conhecer ícones de qualquer setor é importante. Na música, como adorador do rock n’ roll, era questão de honra saber, quando adolescente, que Chuck Berry, assim como outros ícones do blues, era influência direta aos Rolling Stones. Importava-me conhecer quem inspirava os Ramones a tocar o 1-2-3-4 que ajudou a proliferar o punk rock, nos anos 1970. E a quem Alceu Valença ouvia, quando criou O Ovo e a Galinha e Guerreiro, por exemplo? Sim, conhecer as origens faz a diferença.

Todos têm o direito de se divertir e ir atrás daquilo que mais lhe agrada. A questão não está somente se a pessoa conhece Elvis, ou se já ouviu falar de Moreira da Silva. O problema é saber se pessoas que fizeram história estão sendo reconhecidas e respeitadas pelas novas gerações. Gostar do ídolo do seu ídolo não é obrigação. Mas o mérito é conhecer determinadas passagens da história, para se entender como uma figura conhecida chegou ao patamar onde se encontra.

Ninguém é obrigado a saber de tudo. Mas conhecer e respeitar figuras importantes do passado é saber dar o devido valor àqueles que ajudaram a construir os ídolos de papel que se enxerga por todos os lados no mundo atual. O talento e a qualidade já não são requisitos básicos para se elevar um artista a um status de celebridade. Mas alguém precisa avisar às novas gerações que o culto ao lixo pode ser evitado.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Kim Jong-Il e os sete anões do Brasil

O Brasil parou para ver a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo na África do Sul. Parou mesmo. Bancos fecharam às 14h, pessoas foram dispensadas do trabalho, o horário de pico do trânsito em São Paulo mudou das 18h para às 13h. Telões foram instalados em vários centros urbanos para o pessoal assistir a seleção do Dunga (não é nossa, ele enfatizou bem isso) jogar contra a Coreia do Norte. Das 15h até às 18h o Brasil parou. Hoje tinha votação sobre o pré-sal na câmara dos deputados em Brasília. Ninguém apareceu pra votar. É mais fácil achar petróleo nas profundezas do planeta do que juntar 308 deputados em Brasília em dia de jogo na Copa do Mundo.
Sobre o jogo, já disse Dengoso no melhor blog sobre a Copa do Mundo, "arrisco aqui o meu palpite: 2 x 0. Um placar de bosta, mas que será celebrado pelo gaudério aqui do blog e pela imprensa “galvanizada” como “uma maravilha, uma grande exibição, ééééé do Brasiiiiil, foram muitas chances desperdiçadas, estreia é sempre complicado, nossa defesa suportou bem o ataque coreano, não tem mais bobo no futebol, era a partida da vida deles, e blá, blá, blá”. Tenham a santa paciência: qualquer placar inferior a 6 x 0 sobre o time do país que não tem Google nem loja da Nike, será uma vergonha. Se a Coreia do Sul meteu 2 x 0 na Grécia, o Brasil tem o dever de entupir os cripto-comunistas dos gramados de golaços. O Santos mete fácil uns 14 nesses caras. E sem o Ganso". Chegou perto. Foi 2 x 1. No primeiro tempo parecia que a seleção havia sido treinada não pelo Dunga, mas pelo Soneca. Dureza. O Kaká tava mais perdido que filho da puta no dia dos pais, não acertou uma. Julio Cesar sofreu no gol. Sofreu com o frio, porque em 90 minutos tocou na bola duas vezes, com uma temperatura de 2 graus mas com sensação térmica de -4, ficar parado sem fazer nada deixa tudo mais gelado.
E os coreanos? Logo no começo um começou a chorar enquanto tocava o hino de Kim Jong-Il. Agora, não sei se ele chorou de emoção ou de medo. Deve ter uma cláusula contratual da seleção norte coreana que deve dizer que para cada gol sofrido, cada jogador perderá um dedo das mãos.
Mas no fim, a questão que fica é: Nas eleições teremos telões instalados para todo mundo assistir os debates? Seremos dispensados do trabalho para acompanhar tudo?
O ufanismo futebolístico se manterá nas eleições? Ah, essa brasilidade, sempre fanfarrona.

Quem vai guardar sua vuvuzela pra comemorar as eleições?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pensamentos Aleatórios: De dentro para fora

Confesso, algumas manchetes me assustam! Questionamentos apresentados como 'novidade', a mais nova descoberta.


A pergunta é: só em pleno século XXI entenderam ser preciso mudar por dentro para obter resultados externos?! O Cingapura já não foi um exemplo mais do que real sobre essa questão?! Para mim, apenas discussões colocadas em banho maria...

Fonte: O Estado de São Paulo

terça-feira, 18 de maio de 2010

Moro num país tropical...

São poucos os que conseguem me impressionar com relação ao carinho dado ao Brasil. Seja por interesses capitais ou, não. O fato é que a nova campanha publicitária da TAM agradou.

Ver vários povos tentando cantar o 'hino nacional' é bacana...uma sensação agradável...

Afinal de contas, a brasilidade é bonita por natureza!!!!


quarta-feira, 12 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eleições 2010: PSDB x PT

Começar a semana bem é ir em um debate onde os presidentes Sérgio Guerra e José Eduardo Dutra, respectivamente PSDB e PT, afirmaram não apoiar o projeto 'ficha limpa' pelo simples fato de não verem necessidade. Isso porque, segundo eles, em seus partidos não há candidatos com 'ficha suja'...

Resultado: foi o momento que o auditório deu uma alta e conjunta gargalhada... Não sabemos se de raiva pela falta de respeito, ou, porque é melhor rir do que chorar.

E as eleições só estão começando...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Ganso e o Dunga: nova fábula do futebol brasileiro

Fantástica a final disputada no último domingo, decidindo o Campeonato Paulista de Futebol, entre Santos e Santo André. Quem acompanhou o jogo não se decepcionou, e foi agraciado com belas jogadas, com fortes emoções, em uma partida cheia de alternativas, digna do mais legítimo futebol brasileiro.

Ver os chamados Meninos da Vila desfilando pelo gramado do Pacaembu foi um privilégio, bem como o excepcional desempenho do Santo André, que venceu, jogou de igual para igual, até mesmo foi melhor que o time mais badalado do momento no Brasil dentro de campo, mas acabou sem a taça de campeão, por conta do regulamento da competição.

Santo André e Santos protagonizaram, com certeza, a melhor decisão de um campeonato dos últimos 15 anos, pelo menos. Uma final épica, que tão cedo não saíra da memória de quem a acompanhou. Neymar, Robinho, Arouca, entre outros, do lado do Santos. Branquinho, Nunes, Rodriguinho, defendendo o time do ABC paulista. E quem saiu vitorioso fomos nós, meros espectadores.

Mas quem realmente chamou a atenção no domingo foi Paulo Henrique Lima, o Ganso. Que belíssimo jogador, completo, magnífico. Seu toque de bola refinado, suas jogadas surpreendentes, sua capacidade mental para sair de situações adversas, como aplicar o chamado “chapéu” mesmo sendo combatido por dois marcadores, em um espaço curto de campo para tal feito. Só um verdadeiro craque consegue tal proeza.

E a sua personalidade forte, batendo pé e contrariando a decisão do técnico Dorival Junior, quando este quis substituí-lo nos minutos finais da partida. Uma atitude ousada. Futuramente, aliando o seu talento às suas posturas em campo, estará desfilando seu futebol por gramados espanhóis ou italianos, ou até ingleses, fatalmente.

Só fico pensando como o técnico da Seleção Brasileira, Dunga, reagiu a este comportamento de Ganso, de um certo desacato a uma ordem do técnico. Dunga tem falado exaustivamente que quer jogadores comprometidos com a Seleção, e acompanhando atentamente o seu trabalho de 4 anos à frente da seleção canarinho, acho que ele vai pensar duas vezes se vale a pena ou não convocar um jogador que não obedece ordens de um técnico, em um momento crítico da competição.

Falo isso de acordo com as declarações e as posturas de Dunga nesse tempo de preparação à Copa. Os pensamentos do técnico do Brasil não batem direito com a decisão de Ganso em permanecer em campo, quando deveria sair e ceder lugar a um jogador mais descansado. Para a maioria da opinião pública, Ganso teve personalidade, e está pronto para defender a amarelinha na África do Sul. Para poucos, o garoto passou dos limites.

O jeito é esperar até o próximo dia 11 de maio, às 13 horas, data oficial do anúncio dos convocados que irão à primeira Copa realizada no continente africano, e tentar trazer o hexa para o Brasil. E daí serão desvendados os mistérios que envolvem os nomes de Ronaldinho, Neymar, e principalmente, Paulo Henrique Ganso.

terça-feira, 27 de abril de 2010

C.S.I.: Baixada Santista

O Consulado dos Estados Unidos aconselhou cidadãos americanos a não visitarem a Baixada Santista por causa da onda de violência na região. 23 mortes em oito dias. Esquisito, vindo do país mais militarizado do planeta, que possui bases militares em vários países do mundo e, só no século XX, participou de pelo menos 7 guerras e agora, no século XXI, está na sua cruzada contra o terrorismo.
Por outro lado, o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) enviou uma nota de repúdio ao Consulado dos Estados Unidos. 23 mortes em oito dias não é pouca coisa. Querem tapar o sol com peneira. Isso me lembra o caso do célebre episódio dos Simpsons no Brasil. Segundo um dos prefeitos de uma cidade da Baixada, a taxa de mortes por 100 mil habitantes lá é menor que a de Miami. Vá lá, pode até ser, mas nos Estados Unidos existe um programa de televisão que, semanalmente, mostra crimes cometidos na cidade. É a arte imitando a vida. Aqui não podem nem atestar o óbvio: 23 mortes em oito dias é preocupante. Um "C.S.I.: Santos", por aqui, vai ficar só no sonho.
Faz sentido querer evitar esse tipo de publicidade negativa. A Baixada Santista ganha uma grana preta com turismo, e um Consulado advertir sobre o perigo da região é amedrontar possíveis turistas. Mas ei, nem tudo está perdido. "Sei que a violência é concentrada na periferia, longe daqui", disse uma dona de loja próxima à Orla Marítima do Guarujá. Ufa! A periferia que se foda, a parte turística está a salvo.
E por fim, algum policial disse em entrevista na TV que, apesar dessas mortes, o cotidiano das cidades continua o mesmo. Fala isso para os parentes dos 23 mortos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Pensamentos Aleatórios: Somos agricultores

Que o brasileiro não dá muito valor ao 'seu' já é fato. Talvez, melhoramos um pouco neste comportamento, porém, penso: o suficiente? E, esses pensamentos se tornam mais presentes quando vejo a quantidade de estrangeiros que já compreenderam a riqueza deste país, logo, fazem de tudo para tirar o melhor proveito possível.

São mais sábios que nós, infelizmente, nesta valorização. Enquanto tentamos fugir desesperadamente de nossas raízes da agricultura, já que aprendemos, de forma errada, a necessidade de sair do campo para não sermos mais 'explorados' como já fomos. Será?! Sempre a tecnologia de ponta será a responsável por crescimento de capital?! Até onde tenho visto, não existe tecnologia de ponta sem matéria prima, assim como, boa parte da sobrevivência humana está atrelada a ela, direta ou, indiretamente.

Enquanto nos perdemos nas tecnologias estrangeiras, não compreendendo a riqueza que temos em nossas terras, estudantes europeus, futuros agrônomos, fazem seus estágios em terras brasileiras. Pouco a pouco, os de fora vão compreendendo melhor como nossas terras funcionam. Depois, achamos que temos o direito de discutir sobre a posse da Floresta Amazônica...


Vale a pena ler o texto do agrônomo Xico Graziano -

sexta-feira, 2 de abril de 2010

24 meses depois

Tenho uma memória boa quando se trata de lembrar de nomes, sobrenomes, e datas. Dificilmente esqueço o aniversário de alguma pessoa próxima a mim, tampouco deixo de lembrar o ano de lançamento de algum filme, por exemplo, ou de algum acontecimento histórico para a humanidade. Mas teve uma data que fiz questão de não memorizar. Confesso que nem sei o porquê. Mesmo assim, é difícil desassociar os meus pensamentos dos 4 primeiros dias de Abril, época que larguei o cigarro, há dois anos atrás.

O cigarro entrou em minha vida de duas formas: uma mais simples, outra mais banal. A forma simples foi ver meu pai e minha mãe fumando muito quando eu era criança. Como a minha admiração por eles é enorme, pensava que teria que fumar para alcançar o nível de excelência deles. O que pode parecer ridículo para alguns este tipo de motivo, na verdade, deve servir de alerta para todos: o fato de que a criança se espelha nos mais velhos, qualquer que seja esse adulto, e qualquer que seja o nível social.

Já o fato banal veio pelo fato de ser fascinado pelo personagem de Bruce Willis em Duro de Matar. Quando o filme foi lançado, despertou nos machões aquela sensação de que é possível ser um salvador da pátria sem necessariamente possuir um super poder. E eu, no alto dos meus 8 anos de idade, adorava ver John McClane acender um cigarro após liquidar algum terrorista no filme.

Com a cabeça influenciada por esses principais fatores, iniciei minha saga com o cigarro aos 14 anos. Daí por diante, mergulhei em um mundo bacana, mas também, obscuro. Era bom porque, mesmo sabendo dos malefícios à saúde, o alívio que trazia dar uma tragada depois de alguma discussão, ou de um bom sexo, entre outros, era indescritível. Já a obscuridade vem do fato de que realmente é um atraso de vida. Às vezes me deixava sonolento, às vezes sem disposição, quando não ficava literalmente fedido de nicotina e alcatrão.

O jogo começou a mudar quando estava com 27 anos. Já fumava há 13 anos, com uma média de um maço diário. Não sei o que de fato me acometeu, se foi uma luz divina, ou apenas vergonha na cara, só sei que comecei a trabalhar a minha mente para largar o cigarro. Isto foi fundamental, pois sem uma autorreflexão, fica mais complicado se livrar do vício. Porém, o ponto-chave para me convencer de que eu e o cigarro deveríamos, com dor no coração, nos separar, foi uma das três paixões da minha vida: o futebol.

Sempre tive uma resistência boa, o que me faz correr muito durante uma partida. Quando fumava, as pessoas que jogavam comigo se impressionavam como eu corria. E no fim do jogo, acabava acendendo um cigarrinho para “relaxar”. Na época, eu era um fenômeno para mim mesmo. Hoje, penso que era insano.

A frase fundamental que me ajudou no processo para largar o cigarro foi: “se eu, fumando um maço de cigarros por dia, tenho um fôlego de dar inveja a muitos, imagine sem fumar então...”.

Passou-se mais um ano, e veio a decisão final, após um fim de semana na casa de praia com alguns amigos: “preciso largar o cigarro”. Tudo bem que foi com o auxílio de um remédio, que me custou R$ 700,00 na época. Mas não me arrependo, pois minha vida mudou por completo. Hoje eu tenho mais disposição, tenho mais vontade de desenvolver projetos, voltei a estudar, saboreio muito mais os alimentos, passei a beber muita água, e corro mais do que nunca no futebol, apesar de ficar mais lento a cada ano que passa por causa da idade.

A dependência química é, bem como quase tudo em nossas vidas, puramente psicológica. Se tivesse me dado conta antes, talvez não gastasse todo aquele dinheiro em um simples remédio. Mas, dos males, o menor.

Garanto que minha vida é dividida em “aC”, ou seja, antes do cigarro, e “dC”, depois do cigarro. Não sou um ex-fumante chato, mas adoro aconselhar aqueles que me perguntam sobre largar ou não o vício. Desculpe-me, meu caro McClane, e os outros, mas vocês devem largá-lo imediatamente.

terça-feira, 30 de março de 2010

Pensamentos Aleatórios: Leilão de Terras

Algumas notícias são de tirar o chapéu. Nos explicam, parcialmente, claro, como uma prefeitura é 'organizada'. Observem: "Com a área ocupada, a prefeitura instalou redes de luz, água, esgoto e começou a cobrar impostos" OESP.

Seria plausível, afinal de contas, a prefeitura de Sorocaba parece ter feito a sua parte, no que condiz a cuidar da infraestrutura. Entretanto como já pronunciado por um velho ditado: alegria de pobre dura pouco. Este mesmo lugar será leiloado nesta quarta-feira.

Possivelmente cerca de 2 mil habitantes ficarão sem teto, já que o espaço, tecnicamente, não tem dono. Hum, mas como a prefeitura não observou a sua procedência antes de cobrar os impostos?!


Fonte: O Estado de São Paulo

sábado, 27 de março de 2010

Nota de esclarecimento

Àqueles que são brasileiros que transbordam junto com os três colaboradores do blog, o fim de uma dúvida está chegando. Vocês devem se perguntar por que não postamos mais comentários de filmes por aqui. A resposta é simples: temos uma brasilidade que transborda em filmes exclusivo agora. O endereço é: http://ocarrovermelho.blogspot.com/, e lá vocês encontrarão críticas que vão desde estreias, passando por filmes que já não são considerados mais lançamentos, até chegarem aos que já alcançaram uma certa idade. Sejam bem-vindos por lá. Qualquer comentário elogiando ou xingando será sempre aceito, de coração, pois aqui os colaboradores do blog assumem seus erros, diferente de alguns presidentes que estão derrapando no final de seus mandatos, culpando a imprensa por algumas bobagens que têm feito, como em questões de política externa de seus governos, por exemplo. E a brasilidade que transborda continua, sempre falando de política, cotidiano, atualidades, esportes, entre outros.

quarta-feira, 17 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

Pensamentos Aleatórios: tudo "normal"!!!!!

No começo deste ano, o atacante do Botafogo, Jóbson, foi flagrado no exame antidoping por uso de crack, cujo consumo se deu em uma festa, e a droga teria sido fornecida por uma atriz da Rede Globo. Só o jogador foi punido. E a tal atriz global sequer foi citada nas investigações.
Nesta semana, o atacante do Flamengo, Vágner Love, foi flagrado entre traficantes fortemente armados, durante um baile funk, na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. É tudo normal isso, né, ou estou ficando um velho ranzinza?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mata a cobra e mostra o pau!

Semana passada o governador Serra foi inaugurar uma maquete. Foi até o Guarujá mostrar a maquete da ponte que irá ligar a cidade com Santos. Lula aproveitou para alfinetar. Disse que inauguração de maquete é uma piada, que mentiroso é o que diz que matou a cobra e mostra o pau, mas que o pau não prova nada, dando à entender que inaugurar uma maquete não diz muita coisa.
Eis que, este que vos fala, preso no trânsito, resolve ligar o rádio. Na rádio pego uma entrevista muito interessante com Ernesto Paglia. E - óbvio - eles comentaram esse fato da inauguração da maquete do Serra e o comentário do Lula, e aí o Paglia, brilhantemente, explica a expressão "matar a cobra e mostrar o pau".
Indo na contra-mão dos machões de plantão, só mata a cobra e mostra o pau quem usa pau pequeno. Disse ele, "o tamanho do pau é inversamente proporcional à coragem do indivíduo". Quanto maior o pau, mais medrosa a pessoa é.

E agora a briga é essa: quem tem o maior - ou menor - pau? Dilma ou Serra?

E qual o tamanho do pau da brasilidade? E da cobra?

quarta-feira, 10 de março de 2010

Faixa de Pedestre

Em meio a discussões sobre a ausência de sinalização na cidade de São Paulo, o que atrapalha a vida dos pedestres e motoristas. Assim como a manutenção falha, eis que esbarro em uma faixa de pedestre.

Bem pintada. Pouco apagada. A dúvida em atravessá-la acontece quando noto a localização da faixa de pedestre:

Detalhe: além da avenida, há uma esquina bem do ladinho.


Entendeu?! Talvez?! Sim?! Não?! Vou explicar, para deixar bem esclarecido.

A faixa fica no meio de uma avenida, até aí, ok. Porém, não há nenhum farol (ou sinal, ou semáforo) para pedestre, nem para os carros.

Ainda não entendeu?!

Pense...Aprendemos nas escolas de CFC que a prioridade é do pedestre, mas, aqui entre nós, a brasilidade de nossos motoristas de fato leva essa parte da aula a sério?!

Desde quando um motorista vai parar em uma avenida movimentada para um pedestre atravessar na faixa?! Até onde observei, ele só parará se o sinal vermelho surgir...Isso quando para!!!!

Não faz parte de 'nossa cultura' parar, por respeito, para o pedestre.



As fotos consegui tirar, já atravessar não foi possível.
Optei pela faixa de pedestre com sinal logo à frente.





Paciência lá também.
Pois o sinal parecia mais amigos dos carros do que pedestres...
Mas aí, já é outra história...

domingo, 7 de março de 2010

Pensamentos Aleatórios: e a saga continua...

Até quando vamos ver parlamentares roubando dinheiro público e receberem como punição apenas a perda do mandato, e não a prisão, que seria o destino mais prudente para esses bandidos que são amparados pela Constituição?

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Moralidade para a Brasilidade

Tenho uma amiga que não é muito fã de pessoas que desdenham do Brasil. Inclusive, em breve, estará postado, neste blog, uma carta-aberta dela dizendo o porquê é contra a brasilidade que transborda. Acho que minha colega quer discrição, portanto, chamarei-a de Ana. Ela não concorda com os pensamentos e ideais que eu, A.G., e Carolina Teixeira temos acerca dos absurdos que movem esta nação. Não gostamos do "jeitinho brasileiro", um câncer que desgraça o país, acarretando em jogar para "debaixo do tapete" toda a corrupção, as falcatruas, as injustiças, e os abusos que corroem essa sociedade.

A Ana, quando classificada pela brasilidade de ufanista, diz ser contrária a esse adjetivo - ela diz ser apenas uma amante do Brasil, e que problemas acontecem em qualquer país do mundo - mas, no fundo, é uma ufanista de marca maior. Por incrível que pareça, amo o Brasil. Afinal, nasci, cresci, e aprendi, aqui. O maior país da América do Sul possui liberdades que são cerceadas em outras nações. Nem me imagino sendo um cidadão chinês, tendo o conteúdo da internet limitado pelo governo, por exemplo. Ou ser um cidadão iraquiano, em meio a uma guerra que provavelmente não queria estar.

E meus amigos próximos sabem do meu esforço para pôr "panos quentes" em diversas notícias contrárias à moralidade e o bom-senso. Mas, minha estimada Ana, e caro leitor, não posso deixar passar dois acontecimentos que fazem reforçar meus ideais contra essa dissonância abissal que existe entre o que é certo e o que é malandragem (entendam por safadeza). Só não me deixa chocado porque já vi presidente da república roubar a população na maior cara de pau e receber, como "punição", apenas a perda do mandato, quando deveria ter passado, no mínimo, 30 anos na cadeia.

O primeiro caso vem do Rio de Janeiro. Em 2007, um menino de 6 anos, João Hélio, durante um assalto ao carro onde estava, ficou preso ao cinto de segurança e acabou sendo arrastado por alguns metros pelos bandidos que levaram o veículo de sua mãe. Morreu na hora. Um dos bandidos tinha 16 anos, o que pela legislação, não poderia ser julgado como adulto. Nesta semana, já com 19 anos, foi solto, e ainda por cima, ganhou outra identidade, a fim de que não seja reconhecido e, consequentemente, assassinado. Que país é este que permite um jovem de 16 anos eleger governantes e, ao mesmo tempo, protege um assassino cruel que destruiu uma família inteira, a do menino João Hélio? Para mim, isso chama-se incoerência. Dentro da esfera nacional, nesta semana, quem deveria ter a identidade trocada e proteção policial não era esse bandido, mas sim, a funcionária de uma casa lotérica no Rio Grande do Sul que não registrou o bilhete que acabaria sendo premiado, destruindo os sonhos de cerca de 40 apostadores que tiveram seu bilhete sorteado, mas não levarão 1 centavo de prêmio. O erro dessa moça foi grave, mas alguém aí nunca errou na vida?

O outro caso, de tão absurdo e patético que foi, torna-se bizarro. Na cidade de Ivinhema, a 345km de Campo Grande, uma mulher de 32 anos perdeu o seu bebê durante o parto. Motivo? Uma briga envolvendo o médico escolhido pela mãe para realizar a cirurgia e o médico plantonista no momento! Enquanto os dois batiam boca e se estapeavam, talvez por ciúme, sei lá, o bebê não resistia e acabaria vindo ao mundo já morto. Esses dois idiotas foram demitidos do hospital. Mas só isso? O que eles fizeram não é um assassinato? Não deveriam ser julgados por crime?

Minha querida amiga Ana, estamos esperando seu texto etéreo sobre o "maravilhoso" Brasil que você tenta nos vender. Este país que inocenta bandidos, que premia parlamentares desonestos, que há anos não consegue erradicar a epidemia de dengue, que deixa passar os casos mais absurdos que se possa imaginar. Mas, Deus é brasileio, não é? A bandalheira está debaixo dos nossos narizes, mas é muito melhor pular carnaval e dançar o "Rebolation", do que se preocupar com a moralidade e os bons costumes, certo?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pensamentos Aleatórios: Pré-estreia MUNDIAL

Alguém por favor, pode explicar o que significa pré-estreia mundial ?!

"Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, teve pré-estreia mundial nesta quinta-feira, 25, no Cine Odeon da Leicester Square, em Londres. (...)
Todo o burburinho da pré-estreia desta quinta foi transmitida ao vivo pela internet. A exibição do filme, claro, foi offline. Por aqui, Alice deve estrear em 23 de abril."


Desculpem, mas eu realmente acreditava que pré-estreia ou, estreia, MUNDIAL significava acontecer mundialmente, isto é, no mesmo dia. É ignorância transbordante em minha brasilidade?! Ou, apenas uma expressão confusa mesmo?