terça-feira, 15 de junho de 2010

Kim Jong-Il e os sete anões do Brasil

O Brasil parou para ver a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo na África do Sul. Parou mesmo. Bancos fecharam às 14h, pessoas foram dispensadas do trabalho, o horário de pico do trânsito em São Paulo mudou das 18h para às 13h. Telões foram instalados em vários centros urbanos para o pessoal assistir a seleção do Dunga (não é nossa, ele enfatizou bem isso) jogar contra a Coreia do Norte. Das 15h até às 18h o Brasil parou. Hoje tinha votação sobre o pré-sal na câmara dos deputados em Brasília. Ninguém apareceu pra votar. É mais fácil achar petróleo nas profundezas do planeta do que juntar 308 deputados em Brasília em dia de jogo na Copa do Mundo.
Sobre o jogo, já disse Dengoso no melhor blog sobre a Copa do Mundo, "arrisco aqui o meu palpite: 2 x 0. Um placar de bosta, mas que será celebrado pelo gaudério aqui do blog e pela imprensa “galvanizada” como “uma maravilha, uma grande exibição, ééééé do Brasiiiiil, foram muitas chances desperdiçadas, estreia é sempre complicado, nossa defesa suportou bem o ataque coreano, não tem mais bobo no futebol, era a partida da vida deles, e blá, blá, blá”. Tenham a santa paciência: qualquer placar inferior a 6 x 0 sobre o time do país que não tem Google nem loja da Nike, será uma vergonha. Se a Coreia do Sul meteu 2 x 0 na Grécia, o Brasil tem o dever de entupir os cripto-comunistas dos gramados de golaços. O Santos mete fácil uns 14 nesses caras. E sem o Ganso". Chegou perto. Foi 2 x 1. No primeiro tempo parecia que a seleção havia sido treinada não pelo Dunga, mas pelo Soneca. Dureza. O Kaká tava mais perdido que filho da puta no dia dos pais, não acertou uma. Julio Cesar sofreu no gol. Sofreu com o frio, porque em 90 minutos tocou na bola duas vezes, com uma temperatura de 2 graus mas com sensação térmica de -4, ficar parado sem fazer nada deixa tudo mais gelado.
E os coreanos? Logo no começo um começou a chorar enquanto tocava o hino de Kim Jong-Il. Agora, não sei se ele chorou de emoção ou de medo. Deve ter uma cláusula contratual da seleção norte coreana que deve dizer que para cada gol sofrido, cada jogador perderá um dedo das mãos.
Mas no fim, a questão que fica é: Nas eleições teremos telões instalados para todo mundo assistir os debates? Seremos dispensados do trabalho para acompanhar tudo?
O ufanismo futebolístico se manterá nas eleições? Ah, essa brasilidade, sempre fanfarrona.

Quem vai guardar sua vuvuzela pra comemorar as eleições?