sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010 passou por aqui

E o ano de 2010 pode ser resumido da seguinte maneira:

Chuvas que castigaram o Rio de Janeiro e São Luiz do Paraitinga no primeiro dia do ano. De Volta para o Futuro: 25 anos. Terremoto no Haiti: 200 mil mortos. Dra. Zilda Arns: muito obrigado! O ano de Hebe Camargo: do câncer à Rede TV. Ônibus da delegação de futebol do Togo metralhado. Deixa o Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3) como está. A filha assaltando a própria mãe, no Rio. Aonde a web nos levará? Jogador do Botafogo fumando crack. Um ano de Obama: taxa de desemprego norte-americano alta, mas plano de reforma da Saúde aprovado. Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa, e os ateus também querem seus direitos. E a Faixa de Gaza continua linda... Steve Jobs e a Apple: o i-Pad não é o limite. França proíbe véu islâmico em locais públicos, e vai proibir muito mais. Um obrigado a J. D. Salinger. Jardim Romano, em São Paulo: um verdadeiro pântano. Veteranos idiotas: trotes universitários com álcool combustível. E punição para alunos de medicina, em Ribeirão Preto, mais idiotas ainda. A nova classe média brasileira consome. Os jovens desaparecidos em Luziânia: primeiro os ET’s, depois, o assassino. Venezuela: Hugo Chávez continua mandando, mas já não é mais maioria no congresso. Um obrigado a Howard Zinn. Os gays em pé de igualdade com os heterossexuais, aos olhos da justiça. O Tea Party, sob o comando de Sarah Palin. Governador preso em Brasília: aleluia! Programa Nuclear Iraniano: este deu trabalho. Um obrigado a Pena Branca. 20 anos da libertação de Nelson Mandela. O jornalista Ray Gosling confessa a morte do parceiro: a eutanásia em questão. Grécia: a beleza da ilha colocada em risco com sua economia. Obama e Dalai-Lama juntos? A China não gostou. Desenterraram até o Tutancâmon. Rio de Janeiro arma cerco contra os mijões da folia. Plano Nacional de Banda Larga. Humoristas proibidos de fazer piada com candidato. Ladrão entalado na chaminé da churrasqueira. No Uruguai, Jose ‘Pepe’ Mujica; no Chile, Sebastián Piñera; na Colômbia, Juan Manuel Santos. E proibiram a Devassa da Paris Hilton. São Paulo e um dado triste: 13 mil moradores de rua na capital. Lula e sua comparação (infeliz) de presos políticos cubanos com presos comuns do Brasil. Campanha nacional de vacinação contra a gripe suína: você se lembrava? A China cresceu, e já é a segunda no ranking. Um obrigado a Glauco Villas-Boas. Terremoto no Chile, e muitos mortos. Padres pedófilos: tornando rotina, infelizmente. Os royalties do petróleo: a divisão do Ibsen Pinheiro não agradou. Avatar revolucionou as telas dos cinemas. Mas foi Kathryn Bigelow quem fez história no Oscar. À forca, casal Nardoni. A China não quer o Google. Um obrigado a Armando Nogueira. Pulseira do sexo para as crianças, e álbum de figurinha aos adultos: alguma coisa está fora da ordem? Mais chuvas no Rio, e mais tragédias. Lei da Ficha-Limpa: vai dar pano pra manga. Papa Bento XVI e as mea-culpas da igreja católica. Chico Xavier: de centenário de nascimento a longa-metragem de sucesso. Na Argentina, acerto de contas com ditadores do regime militar. O Santos, de Neymar e Ganso, encantou. 50 anos de Brasília. O fenômeno twitter até mandou o Galvão Bueno calar a boca. Procuradora aposentada que bate em criança. David Cameron: o partido conservador volta ao poder na Inglaterra. O PCC continua dando as cartas. Vazamento de óleo no Golfo do México. Tentativa de atentado na Times Square, em Nova York. 7,7% de reajuste aos aposentados. Os Tuma: Romeu, o pai, faleceu; Romeu, o filho, foi preso. Policiais espancando – e matando – motoboys. Portugal em alerta, bem como a Irlanda e a Hungria: o Euro já não agrada. Bibliotecas em todos os colégios do Brasil. Coreia do Sul x Coreia do Norte: simples briga de vizinhos? Aumento de impostos na Alemanha. A culpa do narcotráfico é de quem? Israel x Palestina: nove ativistas mortos ao tentar furar o bloqueio em Gaza; mas, depois, tentativa de conciliação. PIB brasileiro no primeiro trimestre foi bom. Mércia Nakashima: mais um caso sem solução aparente. A caça aos últimos nazistas na Alemanha. Um obrigado a Jose Saramago. Dossiês contra candidatos tucanos. Código Florestal beneficiando desmatador de floresta. O pai teve sete netos: com a própria filha! Tornozeleira eletrônica: solução? O triste destino do México. Incríveis 11 horas de uma partida de tênis. General norte-americano falou mal do patrão e acabou destronado do cargo. Genérico do Viagra: a alegria do povo. 50 anos da independência do Congo. Sakineh vive? Lula secretário-geral da ONU? A Copa do Mundo na África do Sul: polvo Paul, Jabulani, Vuvuzela, Larissa Riquelme, fracasso do Brasil, Espanha campeã. Goleiro Bruno e seus amigos Macarrão e Bola: cadê Eliza Samudio? Sarkozy em apuros: tanto no trono, quanto na cama. O Stand-Up Comedy invade o Brasil: mais uma dos norte-americanos. Cuba liberta dissidentes políticos e os entrega à Espanha. Fim da separação judicial. Roman Polonsky enclausurado. EUA fora do Iraque. A educação no Brasil: índices alarmantes. Palmada não pode mais. Casamento gay liberado na Argentina. Corrupção policial no Rio: quem pagou foi Rafael Mascarenhas. Julian Assange e o seu WikiLeaks: revolução nas políticas externas. A Catalunha contra as touradas; e a tourada contra Tafalla. A triste escalada da pedofilia no Brasil e no mundo. Joaquim Roriz foi enquadrado, então, chama a sua mulher. Plínio de Arruda até tentou agitar as eleições. O Muricy foi convidado primeiro, mas o técnico da Seleção é Mano Meneses. A Copa Libertadores foi do Internacional. “Otário, malandro, sacana: tênis é esporte da burguesia”. Os debates presidenciais e sua triste realidade: perdeu para A Fazenda. Jovem morto por esbarrar em uma mulher: cadê a tolerância? 84 anos de Fidel Castro. “Vote Tiririca, pior que ta, não fica”. Enchentes no Paquistão. A dengue cada vez mais forte: voltou até um tipo que estava escondido. Mesquita perto do marco zero em Nova York? O norte-americano não quer. O drama dos mineiros soterrados no Chile, até a salvação através da cápsula. Pesquisas com célula-tronco embrionárias: vai ou racha? Kirchners versus Clarín e La Nación. Néstor até morreu. Hotel Intercontinental sob ataque, no Rio. Racismo em escolas paulistas. Um obrigado a Dorina Nowill. Centenário do Corinthians: de juras de amor eterno ao ‘centernada’. Imbróglio no estádio paulista para a Copa, e em outras cidades também. Alienação parental agora é crime. Fim do impresso Jornal do Brasil. “Extirpar o DEM da política brasileira”, presidente? 500 mil funcionário públicos no olho da rua em Cuba. Até tu, Erenice Guerra? A violação do sigilo fiscal de Monica Serra. França deporta ciganos. Extrema direita avança na Europa. Mono Jojoy e um golpe nas FARC. Lula e sua cruzada contra a imprensa. Ahmadinejad põe a culpa do 11/SET nos EUA. Blusa presa na porta do vagão? E 250 mil ficaram a pé em SP. Cambridge melhor que Harvard. Um obrigado a Tony Curtis. Tal pai, tal filho: Kim Jong-il e Kim Jong-un. 22% das plantas no mundo ameaçadas de extinção. Dilma vence com folga no 1° turno? Rafael Correa sitiado no Equador. Google Street View e sua intimidade abordada. Mark Zuckerberg e o seu Facebook: sucessos. O aborto foi abortado, mas deu trabalho. Liu Xiaobo ganhou o Nobel da Paz, mas não levou. Você se lembra em quem votou nas eleições de 2010? Reforma previdenciária revoltante na França. Pelé 70 anos. Monteiro Lobato: literatura racista? Incompreensível: ‘rodeio das gordas’ em Araraquara e agressão a homossexuais na Av. Paulista. 30 anos sem John Lennon; e 30 anos sem Peter Sellers. Seca no Amazonas. Dilma Rousseff: a primeira presidente do Brasil. PMDB e PT em crise por ministérios? A polícia sofreu, mas também bateu. E os Silvios foram assunto: o Santos com a derrocada do banco Panamericano; e o Berlusconi só falou bobagem. O filho do príncipe Charles e da princesa Diana anuncia casamento: e daí? Um obrigado a Blake Edwards. Tribunal civil não sabe julgar como o tribunal militar? O fenômeno Tropa de Elite 2. Vila Cruzeiro e Morro do Alemão tomados pelo exército. Rússia sede da Copa 2018 e Catar sede da Copa 2022: por quê? Censo 2010: 190.732.694 habitantes no Brasil. A classe média nas alturas, e a ANAC em pânico. Infraestrutura brasileira questionada. Abertura dos documentos do Regime Militar. Fluminense, campeão brasileiro de 2010. Já ouviu falar do Mazembe? Pois ele tirou do Internacional a chance de jogar contra a Internazionale no mundial de clubes. A megacapitalização da Petrobrás, em princípio, ainda não surtiu efeito. O Banco Central brasileiro apertou o crédito, mas não comprometeu o Natal. Brasil reconhece o Estado Palestino. Ao invés de soro, vaselina. E o Cesare Battisti ficou no Brasil. Tchau, Lula. Boa sorte, Dilma.

E em 2011 teremos muito mais. Muito mais do mesmo. Segure-se, que a brasilidade vai continuar transbordando...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sobre a cabeça (dos brasileiros) os aviões...

O site WikiLeaks, do australiano Julian Assange, causou verdadeiro frisson mundial nos últimos meses de 2010. A divulgação de cartas acerca do que a diplomacia norte-americana pensa - ou age - em relação aos demais países do mundo deixou não só os próprios diplomatas dos EUA em polvorosos, como também, em xeque. Nunca se duvidou tanto da política externa do Tio Sam – e essa derrocada iniciou-se com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a partir de uma série de ações desastrosas iniciadas por George W. Bush. Todos os dias são divulgados casos da ação dos serviços secretos de inteligência dos EUA. E o Brasil foi envolvido também.

Uma das cartas que o Wikileaks possui diz que Brasília poderia ter sido vítima de um ataque terrorista em março de 2009. Tudo por conta de um avião monomotor que fora roubado na cidade de Luziânia, em Goiás. À época, a Força Aérea Brasileira (FAB) teria hesitado muito no momento da decisão de abater ou não o avião. Aos olhares dos norte-americanos, essa é uma prova de que a capital brasileira é um alvo dos sonhos dos terroristas. Mas os diplomatas ianques não moram aqui. Caso vivessem um pouco da vida do gigante sul-americano saberiam que a capital localizada no planalto central sofre ataques terroristas há 50 anos. E os terroristas, no caso, são aqueles chamados parlamentares.

São eles que praticam o terrorismo que assola Brasília. De lá saem leis que regem o Brasil, e lá se pratica um dos atos mais vis que um cidadão de bem considera: a corrupção. Lá ocorrem assaltos e roubos à população, mesquinharias, improbidades, amoralidades, e tudo mais que possa imaginar de baixo e sujo. Tudo porque os ‘terroristas do Brasil’ são protegidos por um câncer chamado imunidade parlamentar. Quer dizer que o bandido travestido de deputado - ou de senador, ou de presidente ou vice - pode praticar não só o progresso da nação, mas também, os atos ilícitos que o possa interessar sem se preocupar com a cadeia, local mais correto para pessoas que roubam ou matam (diretamente ou indiretamente).

O Brasil sofre ataques terroristas destes bandidos desde que Juscelino Kubitsckek resolveu esvaziar o Rio de Janeiro e aumentar a dívida externa brasileira, levando a capital para o meio do território. Por lá passaram pessoas competentes, sim. Gente que realmente se preocupou não só com o seu bolso, mas com a educação e desenvolvimento dos brasileiros. Mas é em Brasília que aparece os tipos mais nefastos, falsos, sem escrúpulos, que acabam arrebentando com qualquer sonho de tornar o Brasil mais justo, honesto, e em uma crescente favorável.

Não se interessam com a educação, e hoje os brasileiros cada vez menos se entendem com a matemática; não se preocuparam com a saúde, daí os resultados em hospitais públicos, das brigas entre os planos de saúde e conveniados, e das trocas de frascos no momento de aplicar uma injeção; não se preocuparam com a escalada da violência, deixando de oferecer mais qualidade às seguranças públicas, e, como resultado, festivais de assaltos, estupros, violências gratuitas. E ainda concedem indulto a bandido: de Natal, de Dia dos Pais, de Páscoa, etc. E falando de aviões, nem convém citar o 'caos aéreo' - obra deles, os parlamentares - que comanda os aeroportos desde 2006...

Ou seja: quando você quer saber a respeito de política brasileira, só encontra terroristas que jogam um avião por dia na cabeça da população.

Mas a verdade é que a culpa não é de Juscelino, nem dos parlamentares, nem da magistratura brasileira. A culpa é nossa. Tudo porque no momento da eleição o cidadão se atenta apenas à parte de um todo. Traduzindo: na hora do sufrágio, o eleitor fica preocupado apenas com a vaga de presidente, mas não com quem será o vice-presidente, por exemplo. Enquanto as campanhas aconteciam, os parlamentares só desejavam se eleger a fim de poder chegar ao clímax da campanha: o aumento salarial, tão comemorado por aquele que será o maior representante da população paulista na Câmara dos Deputados, o nosso Tiririca.

Portanto, a preocupação norte-americana com possíveis ataques terroristas está ultrapassada: nós já temos terroristas nacionais, que sabem como ninguém dominar a cabeça da população e praticar a ilegalidade. Ou seja, o WikiLeaks não fez nenhuma revelação bombástica acerca do Brasil. Apenas ratificou o que a pessoa mais atenta já se deu conta. Desde que nasceu.

Caetano Veloso um dia cantou: "Sobre a cabeça os aviões...". Cuidado com a sua!