quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sobre a cabeça (dos brasileiros) os aviões...

O site WikiLeaks, do australiano Julian Assange, causou verdadeiro frisson mundial nos últimos meses de 2010. A divulgação de cartas acerca do que a diplomacia norte-americana pensa - ou age - em relação aos demais países do mundo deixou não só os próprios diplomatas dos EUA em polvorosos, como também, em xeque. Nunca se duvidou tanto da política externa do Tio Sam – e essa derrocada iniciou-se com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a partir de uma série de ações desastrosas iniciadas por George W. Bush. Todos os dias são divulgados casos da ação dos serviços secretos de inteligência dos EUA. E o Brasil foi envolvido também.

Uma das cartas que o Wikileaks possui diz que Brasília poderia ter sido vítima de um ataque terrorista em março de 2009. Tudo por conta de um avião monomotor que fora roubado na cidade de Luziânia, em Goiás. À época, a Força Aérea Brasileira (FAB) teria hesitado muito no momento da decisão de abater ou não o avião. Aos olhares dos norte-americanos, essa é uma prova de que a capital brasileira é um alvo dos sonhos dos terroristas. Mas os diplomatas ianques não moram aqui. Caso vivessem um pouco da vida do gigante sul-americano saberiam que a capital localizada no planalto central sofre ataques terroristas há 50 anos. E os terroristas, no caso, são aqueles chamados parlamentares.

São eles que praticam o terrorismo que assola Brasília. De lá saem leis que regem o Brasil, e lá se pratica um dos atos mais vis que um cidadão de bem considera: a corrupção. Lá ocorrem assaltos e roubos à população, mesquinharias, improbidades, amoralidades, e tudo mais que possa imaginar de baixo e sujo. Tudo porque os ‘terroristas do Brasil’ são protegidos por um câncer chamado imunidade parlamentar. Quer dizer que o bandido travestido de deputado - ou de senador, ou de presidente ou vice - pode praticar não só o progresso da nação, mas também, os atos ilícitos que o possa interessar sem se preocupar com a cadeia, local mais correto para pessoas que roubam ou matam (diretamente ou indiretamente).

O Brasil sofre ataques terroristas destes bandidos desde que Juscelino Kubitsckek resolveu esvaziar o Rio de Janeiro e aumentar a dívida externa brasileira, levando a capital para o meio do território. Por lá passaram pessoas competentes, sim. Gente que realmente se preocupou não só com o seu bolso, mas com a educação e desenvolvimento dos brasileiros. Mas é em Brasília que aparece os tipos mais nefastos, falsos, sem escrúpulos, que acabam arrebentando com qualquer sonho de tornar o Brasil mais justo, honesto, e em uma crescente favorável.

Não se interessam com a educação, e hoje os brasileiros cada vez menos se entendem com a matemática; não se preocuparam com a saúde, daí os resultados em hospitais públicos, das brigas entre os planos de saúde e conveniados, e das trocas de frascos no momento de aplicar uma injeção; não se preocuparam com a escalada da violência, deixando de oferecer mais qualidade às seguranças públicas, e, como resultado, festivais de assaltos, estupros, violências gratuitas. E ainda concedem indulto a bandido: de Natal, de Dia dos Pais, de Páscoa, etc. E falando de aviões, nem convém citar o 'caos aéreo' - obra deles, os parlamentares - que comanda os aeroportos desde 2006...

Ou seja: quando você quer saber a respeito de política brasileira, só encontra terroristas que jogam um avião por dia na cabeça da população.

Mas a verdade é que a culpa não é de Juscelino, nem dos parlamentares, nem da magistratura brasileira. A culpa é nossa. Tudo porque no momento da eleição o cidadão se atenta apenas à parte de um todo. Traduzindo: na hora do sufrágio, o eleitor fica preocupado apenas com a vaga de presidente, mas não com quem será o vice-presidente, por exemplo. Enquanto as campanhas aconteciam, os parlamentares só desejavam se eleger a fim de poder chegar ao clímax da campanha: o aumento salarial, tão comemorado por aquele que será o maior representante da população paulista na Câmara dos Deputados, o nosso Tiririca.

Portanto, a preocupação norte-americana com possíveis ataques terroristas está ultrapassada: nós já temos terroristas nacionais, que sabem como ninguém dominar a cabeça da população e praticar a ilegalidade. Ou seja, o WikiLeaks não fez nenhuma revelação bombástica acerca do Brasil. Apenas ratificou o que a pessoa mais atenta já se deu conta. Desde que nasceu.

Caetano Veloso um dia cantou: "Sobre a cabeça os aviões...". Cuidado com a sua!

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