domingo, 30 de janeiro de 2011

E por que não, a mundial São Paulo!


São Paulo completou 457 anos no último dia 25. A maior metrópole da América do Sul fez uma bonita festa para comemorar mais este aniversário. O tempo esteve um esplendor, o que alegrou o feriado daqueles que constroem a pauliceia desvairada - e que mereciam um descanso. Inúmeros atrativos celebraram a data: shows, exposições, visitas a parques ou museus, reabertura da biblioteca Mario de Andrade, atividades esportivas, entre muitos outros eventos. Mas uma atração, em especial, chamou a atenção.

Começou bem cedo - por volta das 10 horas. Tinha um sol para cada indivíduo. Mas não importava, pois naquele momento estava presente a personificação do é que São Paulo: tratava-se da decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, entre Bahia e Flamengo. Tudo porque envolvia duas equipes de outras cidades do Brasil, mas que conseguiram levar uma torcida de, aproximadamente, 20 mil pessoas ao estádio Dr. Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido como Pacaembu, deixando-o lindo.

Como a final era no período matutino, a movimentação em torno do estádio era grande já por volta das 9 horas. Um mar de pessoas andando de um lado para outro, buscando o portão de entrada de suas torcidas, tudo para apreciar o duelo. Flamengo e Bahia têm torcedores fantásticos e fanáticos. Não era dúvida que eles comparecessem para prestigiar suas agremiações. Mas o grande detalhe está na diversificação das pessoas. Naquele instante todo o Brasil estava inserido na multidão vestida de rubro-negro e/ou com as três cores do time baiano. Pessoas que personificam a forma como a cidade foi construída. Boa parte são pessoas que saíram de suas cidades para "fazer São Paulo".

A eleição presidencial de 2010 ressuscitou um sentimento ridículo de rivalidade que só existe na cabeça de pessoas estúpidas que acreditam que São Paulo é maior que os demais Estados da Federação. À época, pessoas não se conformavam com a iminente vitória do governo atual, o que, na cabeça pequena de muitas pessoas, traduzia-se em mais benefícios ao povo nordestino. Um ciúme de criança. Houve uma menina de São Paulo que sugeriu para que todos os nordestinos fossem afogados, provando o preconceito existente no âmago de pessoas sem informação, mas que adora dar sua opinião sem embasamento algum. Passadas as eleições, e passados dois meses do bombardeio insensato de exortações contra o povo do norte e nordeste, tudo parece ter sido esquecido. Ninguém mais fala de ‘fora, Dilma’ ou ‘afoguem os nordestinos'.

O que esse tipo de pessoa ainda não se deu conta é que a capital paulista não pertence só a ele – intitulam-se, simplesmente, como ‘paulistanos de direito’. A capital pertence a todos. Em cada construção, há a participação de pessoas que vieram de outras cidades; na parte cultural, gente de fora traz emoção e espetáculo para o deleite do ‘paulistano da gema’; na culinária, nos negócios, nos esportes, etc. Enfim, São Paulo é do mundo.

A final que reuniu Flamengo e Bahia foi perfeita para mostrar a algumas pessoas a força que vem de outros estados. O show das torcidas foi impressionante. O Pacaembu não ficou completamente lotado. Mas reunir um número expressivo de pessoas em um dia de folga, com um sol escaldante logo pela manhã - e ainda por cima para assistir a uma partida entre jogadores abaixo dos 20 anos -, prova que São Paulo, sozinha, não consegue se movimentar. Ela precisa das pessoas que aqui fazem a grande locomotiva do Brasil andar. Fiz questão de me sentar junto à torcida do tricolor de aço. O Flamengo derrotou o Bahia por 2 a 1 e faturou o caneco. Mas isso não importa. O grande triunfo foi de uma lenda: a São Paulo de 457 anos, com suas pessoas de dentro, e com suas pessoas de fora.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A reforma do Deck

Dizem que brasileiros não reagem muito a não produtividade de seu governo. Bem, discordo. Acredito, de verdade, na ausência de passividade deste povo. A diferença está no modo como se expressa, às vezes, em um voto, outras em um grito besta, ou colocando fogo no ônibus.

Somos um povo criativo isto não pode ser negado, quantos dos nossos foram levados embora por suas ideias. Talvez, por esta razão, este seja o nosso tempo, um tempo em que ideias valem ouro.

Passeando pela orla marítima de Santos/SP fui até o Deck do Pescador. Lugar delicioso, com luzes, banquinhos, pescadores e suas iscas piscantes e coloridas, você ainda pode ver navios de carga na ponta do nariz e se tiver pique, aguardar até o amanhacer para observar a chegada dos cruzeiros marítimos.

O deck passa por reforma, a parte realizada ficou de tirar o chapéu, mas, o outro lado do deck não foi finalizado. Bem, segundo um parente da última vez que esteve lá - outubro/2010 - para hoje nada mudou, isto é, são apenas três meses sem a finalização de um pedacinho de nada. Isso até onde nós, meros turistas, sabemos.

Entretanto, um aviso, pregado na madeira, de Sra.Vagaresa pode nos esclarecer um pouco sobre o acontecimento e digo, eles estão de olho, quando acham que o povo se calou, estão mais participativos do que nunca e, com o senso de humor bem verde e amarelo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O País não tem como se antecipar às tragédias? Relaxa, o jeitinho brasileiro resolve!

O Rio de Janeiro enfrenta, pelo segundo ano consecutivo, problemas com as chuvas de verão, já contumaz no Brasil. Dessa vez a tragédia foi sem precedentes: mais de 850 mortos e aproximadamente mais de 500 pessoas desaparecidas na região serrana do estado fluminense (números que poderão aumentar). Segundo informações das Organizações das Nações Unidas (ONU), trata-se da décima maior tragédia envolvendo deslizamento de terra no mundo em todos os tempos. Uma tristeza que assolou o início de 2011 do povo carioca e do Brasil. Porém, em termos. Aliás, essa fatalidade escancarou velhos problemas que só a mais ingênua pessoa não conseguia enxergar.

O ‘show’ de descaso começou a alguns quilômetros de distância dos deslizamentos. No mesmo dia em que os bombeiros e voluntários iniciavam sua batalha para tentar salvar vidas, no bairro da Gávea um acontecimento importante, porém, em momento inoportuno, ocorria: Ronaldinho era apresentado no Flamengo, enquanto que o desespero tomava conta de Teresópolis e demais municípios próximos. Quase 20 mil pessoas se espremeram no acanhado estádio do clube para ver a apresentação do ex-craque. Enquanto isso, pessoas sofriam com as consequências das chuvas que castigavam a cidade. Isso é mais uma prova que de hospitaleiro e bondoso o brasileiro tem é muito pouco. Além do quê, dinheiro é tempo aos empresários.

Mas como o futebol é a ‘coisa mais importante entre os assuntos menos importantes’, consegue-se dar um alento a esta falta de sensibilidade da senhora Patrícia Amorim – presidenta do Flamengo – e das pessoas envolvidas na apresentação inoportuna. Precisa-se ficar atento com os principais detalhes do acontecimento.

Os deslizamentos atingiram diversas casas que se encontravam próximas às encostas de morros. Simplesmente um convite para a tragédia. Podemos entender que pessoas pobres venham a escolher locais como esses para morar por falta de condições financeiras para morar em outros lugares. Mas qual a justificativa para que pessoas abastadas mantivessem casas em locais de alto perigo? A mesma causa dos pobres: o simples fato de não pagarem os impostos que o governo impõe. Com essa apropriação, os donos dos imóveis simplesmente fugiam de suas responsabilidades como cidadãos. Mas eles podem, por que não, culpar o governo pelo desastre, afinal, alguns políticos e pessoas influentes mantinham suas próprias casas lá também; ou seja, não desapropriaram a área porque não era conveniente a eles.

Dois dias depois da chuva que culminou nos deslizamentos de terra, o vice-governador do Rio de Janeiro, o senhor Luiz Fernando Pezão declarou que “a maioria não era de risco”, em relação aos locais atingidos. Bom, se os locais eram incólumes, por que então essa quantidade de vítimas fatais e de tantos desaparecidos? Alguém precisa avisar ao vice-governador que imóvel perto de morro, perto de vulcão, perto de aeroporto, sempre será área de risco. Ou seja, colocar a culpa na chuva, ou em São Pedro, ou em São Cosme Damião, ou no Bin Laden não funciona mais.

Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, a consultora da ONU para desastres naturais, a senhora Debarati Guha-Sapir, proferiu as frases mais sensatas declaradas até agora: “Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa (para o ocorrido)”. Uma pessoa plena de suas consciências, que está neste mundo apenas para contribuir com o bem estar da sociedade e da comunidade, sabe que não tem mesmo desculpas para tanta falta de preparo. Que a secretária está correta, não se tem dúvida. Mas o equívoco dela está na parte onde diz que o Brasil não é igual ao pobre país asiático: o ‘gigante sul-americano’ consegue ser pior que Bangladesh, e não são em poucos casos. A crônica de várias tragédias anunciadas está estampada em cada esquina das cidades do país. Os acontecimentos na região serrana do Rio escancaram a falta de preparo de todo mundo: autoridades, bombeiros e policiais, imprensa, transeuntes, etc. E ainda tem motorista, que deveria transportar as doações, desviando os donativos para si próprio.

Porém, uma notícia finalmente agradou aos ouvidos das pessoas que fiscalizam e se preocupam com uma nação mais justa e digna a todos. A notícia não é nada animadora, mas, só assumir o erro já é um início: o Brasil declarou à ONU não ter a capacidade de lidar com tragédias desta magnitude. Seus centros de inteligência apenas engatinham àquilo que é esperado, que é o da prevenção antes da ocorrência das tragédias. Admitir esse fato é uma prova de que os governantes tupiniquins estão começando a se preocupar com os desastres naturais e com outras possíveis tragédias. Mas também tem um problema chamado Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016: daí a preocupação em não arranhar a imagem da sede durante estes eventos.

Aliás, o Brasil não está preparado para alertar a população sobre problemas, tampouco educa a população para que se sobressaiam diante do acontecimento. Como exemplo, se hoje um prédio arder em chamas muitas pessoas ou vão se atropelar nas escadas de emergência, ou irão até tomar o elevador, tamanha a falta de preparo para enfrentar as tragédias. Os deslizamentos de terras ao longo dos anos, as enchentes, entre outros, nos provam isso.

As cenas da tragédia no Rio são impactantes até para a mais fria pessoa. Ver a mulher sendo resgatada por uma corda por dois corajosos rapazes arrepia e emociona. Estes sim souberam justificar a fama de que brasileiro é solidário. Por estas pessoas ainda caio na sandice de acreditar no Brasil. Como eu ‘odeio’ esses cidadãos, que ‘acabam com a minha alegria’. Mas a brasilidade transborda com eles. Porque transbordar com as enchentes não traz muitas boas lembranças.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O retorno do rei


Uma vez tive a petulância de cravar: Clint Eastwood é o melhor diretor em atividade. Isso foi há dois anos. E, no mesmo comentário, preteri a Francis Ford Coppola. Tudo porque o renomado diretor norte-americano - que nos brindou com a obra-prima O Poderoso Chefão (1972), entre outros - andava um pouco sumido das grandes telas; já Eastwood surgia com, pelo menos, um filme anual para o nosso deleite. Clint ficou um pouco chato - vide os razoáveis e sonolentos Invictus (2009) e Além da Vida (2010). Já Coppola está de volta à velha forma com o competente Tetro.

Coppola é um diretor reservado, tratando-se de filmes. Nos últimos dez anos, só laçou um longa-metragem, o que ressalta a sua preocupação com o roteiro que colocará para rodar. Agora, depois do ostracismo, o veterano diretor retorna com um assunto que ele próprio já tratou: a relação fraternal. Em O Selvagem da Motocicleta (1983) a ligação entre o irmão mais novo que quer ser igual ao irmão mais velho dá a tônica do filme. E em Tetro ocorre algo parecido.

O filme se passa inteiramente em Buenos Aires e na Patagônia. Bennie (interpretado por Alden Ehreinreich) é um rapaz próximo de completar 18 anos que trabalha em um navio. Porém, devido a problemas, a embarcação acaba parando na Argentina. Ele aproveita a forçada estadia para procurar Tetro (interpretado por Vincent Gallo), seu irmão mais velho - este se recolheu na capital portenha a fim de tirar um ‘ano sabático’. Mas para o espanto de Bennie, seu irmão o trata como um parente de sangue apenas em locais reservados: na frente dos conhecidos, o chama de amigo. Tentar entender o porquê Tetro fugiu do seio familiar, e qual motivo o levou a renegar a família serão os desafios do jovem rapaz.

Há ainda mais um mistério no filme: a relação de Tetro com o "maioral", no caso, o pai tanto dele quanto de Bennie. Ali se constrói um elo de ligação às avessas entre Tetro e o Pai, interpretado pelo veterano - e sempre soberbo - Klaus Maria Brandauer. Os diálogos pesados entre os irmãos e a obscuridade dos motivos que levaram Tetro a construir uma nova identidade ditam o ritmo da trama. Outra parte importante do filme é a mulher de Tetro, Miranda (interpretada pela linda, e convincente, Maribel Verdú, de E Sua Mãe Também - 2001): ela se torna uma espécie de pilar de sustentação na vida do protagonista, cuidando da saúde mental dele.

O mega-diretor retorna com uma trama interessante e uma direção fantástica. Inverte-se aquilo que é tradicional. O filme é rodado em preto e branco com uma maestria única, contendo tomadas de luz fantásticas que deixam o longa-metragem com ar de filme noir. O contraste das cores impressiona. A cena de amor entre Tetro e Miranda nos trás a classe com que Coppola se dedicou ao filme, com o corpo da atriz sendo coberto pela luz negra. E todas as lembranças tanto de Tetro quanto de Bennie são coloridas, o que deixa a narrativa mais interessante. Como é bom ver Francis Ford Coppola de volta. Os cinéfilos comemoram, em tempos de tecnologia de ponta, mas sem conteúdo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Coração Louco (Crazy Heart, 2010)

Alguns filmes não precisam de estórias milaborantes, muito menos efeitos especiais surreais para serem excelentes. Uma estória simples pode ter uma força incrível quando bem direcionada. Este é o caso de Coração Louco (Crazy Heart, 2010). A estória: um cantor country alcoólatra e falido tentando sobreviver como pessoa e como cantor, encontra uma mulher que mudará tudo e, claro, o amigo verdadeiro.

O diferencial fica por conta de Jeff Bridges o ator que entra na pele de Bad Blake, e ganhou, merecidamente, o Oscar de melhor ator. Bad Blake conquista e, torcemos para que ele saia vitorioso em sua caminhada. A fotografia e direção do filme também colocam a estória em um patamar elevado, dando atenção a mínimo detalhes que fortalecem a criação de uma personagem - como quando Blake faz xixi logo após uma ligação em telefone público, isto é, xixi na beira da estrada.

Os demais atores também permitem uma equipe de primeira. Maggie Gyllenhall é a jornalista
Jean, por quem Blake se apaixona. Collin Farrel também surpreende ao soltar sua voz. Ainda bem, pois não estraga a bela e encantadora trilha sonora preparada para este filme. Muita country music de qualidade, com pitadas de blues e as clássicas, claro. Vale a pena ter em casa.

Um filme gostoso de assistir. Para ser visto em casa com som alto, não é preciso pensar muito, apenas acompanhar a história. Alguns até se emocionarão, outros, talvez, achem um pouco lento. Mas, a estória tem seu clímax bem pontuados, não deixando pontas soltas e nem criando acontecimentos sem nexo. E, no final, o importante é cuidar de si mesmo, não desistir jamais, aceitar o recomeço e sempre ter aquele amigo em que possa confiar sempre.



Coração Louco (Crazy Heart, 2010)
Elenco:Maggie Gyllenhaal, Jeff Bridges, Colin Farrell, Robert Duvall,
Beth Grant, Sarah Jane Morris, Tom Bower,
Annie Corley, Alexandria Morrow, Luce Rains.
Direção: Scott Cooper
Gênero: Drama
Duração: 112 min

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A dupla dinâmica que empobrece o futebol brasileiro

Pelé falou: "Se ele gosta tanto do Grêmio, que vá jogar de graça lá. Está com a vida feita". O Rei do futebol proferiu esta frase em direção a um dos maiores jogadores do século XXI - mas que, desde eleito o melhor jogador de 2004 e de 2005, nunca mais se dedicou ao esporte da forma como o torcedor e admiradores desejam -: Ronaldinho Assis, o Gaúcho. E tudo porque, mais uma vez, o jogador e seu irmão-empresário, Roberto Assis, pensam mais em qual banco colocar os milhões de dólares que estão oferecendo ao jogador do que propriamente no clube aonde irá jogar.

Para quem acompanha futebol sabe que a dupla Ronaldinho/Roberto gosta de um pouco de mimo, de uma bajulação. E jamais se esquecerão do que os irmãos Assis aprontaram com o clube que os lançou ao futebol. Tanto Roberto, quanto Ronaldinho, fizeram sucesso no Grêmio. Roberto, inclusive, foi campeão da primeira edição da Copa do Brasil com o tricolor gaúcho. Depois, passou a gerenciar a carreira - que parecia ser promissora - do irmão mais novo, Ronaldinho. Quando o Gaúcho apareceu ao Brasil - ao marcar um gol antológico ante a Venezuela na Copa América de 1999 pela Seleção Brasileira - Roberto logo viu uma mina de ouro dentro da sua própria casa. E, logo em seguida, em uma ação mesquinha, a dupla conseguiu passe livre de forma escusa e deu um até logo ao clube que os revelou, transferindo-se ao Paris Saint-Germain.

Após sofrer um ‘drible’ dos irmãos, o Grêmio levou alguns anos para assimilar o ato nefasto da dupla boa de bola e de lábia. Uma grande perda financeira o clube sofreu. Inclusive, o time dos Pampas foi rebaixado em 2004 à Série B do Campeonato Brasileiro. Enquanto isso, Ronaldinho foi à Europa jogar seu futebol, ser eleito o melhor jogador do mundo por duas vezes, cair na noitada europeia, e levou seu irmão junto para cuidar da vida do atleta.

Passados quase 10 anos do fato, novamente a dupla está envolvida em polêmica. Tudo porque fora feito um leilão entre três clubes brasileiros para saber aonde Ronaldinho irá jogar em 2011: Flamengo, Palmeiras, e o próprio Grêmio sonham em repatriar o atleta. Na verdade o leilão foi realizado pelos irmãos, a fim de saberem quem daria mais pelo passe de Ronaldinho.

Mas a galhofada realizada pelos dois nas últimas semanas irritou aqueles que amam o futebol. Ok, ninguém mais, em sã consciência, imagina um jogador que atue por um clube por amor. Já entramos em uma década aonde beijar o escudo do time tornou-se hipocrisia e, até, propaganda enganosa. 98% dos atletas jogam único e exclusivamente pensando em dinheiro. Todavia, o que os irmãos Assis fizeram foi algo deplorável, que gerou revolta em todas as partes envolvidas: as diretorias dos três clubes interessados nos atletas, os empresários que negociavam com o empresário Roberto, revolta entre os torcedores destes clubes. E até no Rei Pelé.

Se Ronaldinho é torcedor do Grêmio, como ele próprio declarou, que vá para lá por amor ao clube. Se está pensando na Copa de 2014, no Brasil, que vá para o Palmeiras. Se está pensando em praias, que vá para o Flamengo. O que não pode são três clubes com milhões de exigentes torcedores, e que, somando-se, têm 15 títulos nacionais, serem reféns de um jogador que há muito tempo não faz jus a fama, além de entrar em campo com o físico debilitado. No dia que Grêmio, Palmeiras e Flamengo derem conta que são muito maiores que os atletas... Além disso, é inadmissível um atleta chegar para receber R$ 1,300 mi por mês, em um momento onde se discute se o salário mínimo será igual ou maior do que R$ 540,00.

Mas são os irmãos que deveriam se envergonhar por toda a situação criada? De maneira alguma: a culpa é dos dirigentes das equipes que, mais uma vez, colocam em risco a saúde financeira dos clubes em prol de um atleta que não quer muito saber de suar a camisa.

No futebol atual, somente 3 jogadores sobrevivem à prática do amor à camisa: Rogério Ceni pelo São Paulo, Marcos pelo Palmeiras, e Léo Moura pelo Flamengo. São exemplos que todo amante do futebol gostaria que acontecesse ainda hoje. Os três resgatam a nostalgia de tempos não tão distantes. Tempos no qual o futebol era prazeroso não só de torcer, mas também, de assistir. Tudo ao contrário do que a dupla de fanfarrões, os irmãos Assis, provocam. Chega de mercenários da bola! E, dirigentes, usem mais a cabeça de cima, por favor.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Pensamentos Aleatórios

Pesquisa realizada em três hemocentros brasileiros constatou que o risco de se contrair HIV, via transfusão de sangue, no Brasil, é 20 vezes maior que nos EUA. Mas não era o `gigante sul-americano` um dos pioneiros no combate ao vírus transmissor da AIDS no mundo? Cuidado com a sua transfusão, companheiro(a)!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Celebridades Política

Incrível o que a falta de um marido não faz em um país como Brasil.

Dilma é discutida nas rodas de conversa como possível pessoa que gosta de pessoas do mesmo sexo - não me lembro de discussão semelhante para políticos sem mulher. E, na ausência de uma primeira-dama a esposa do vice-presidente ganha mais destaque do que o discurso da presidenta e até do que a própria presidenta.

Três dias após a posse vejo mais fotos de Marcela Temer e fatos sobre sua vida, do que sobre o café da manhã de Dilma Rousseff em sua nova residência. Não me surpreenderei se a casa de Dna.Temer parar nas folhas de CARAS.


A Bela Brasilidade

sábado, 1 de janeiro de 2011

Mulheres no Poder?!

O primeiro dia de 2011 foi caprichado na Brasília de Niemeyer. O dia escureceu e a chuva fez questão de animar a festa presidencial. Festa especial, em um país de raízes patriarcais onde mães sustentam suas famílias e se responsabilizam pelo funcionamento da mesma, a mulher conseguiu chegar ao topo máximo. Não mais presidente e sim presidenta. Ok, a imprensa parecia ainda não gostar do novo termo, já que na posse da Excelentíssima Dilma Rousseff se recusou a usar o novo termo e persistiu em 'a presidente'.

A chegada de Dilma foi ofuscada pela chuva intensa, que impossibilitou a tradicional entrada pela rampa -perigo de quedas-, a entrada ficou pelo subsolo. Uma chegada molhada, tumultuada, digna de celebridade pop.

As primeiras palavras de Dilma contaram com a promessa de compromisso com 'a integridade e independência' brasileira. Verdade!? Fala repetida?! Normal...

O discurso da presidenta foi caprichado, ao estilo Lula, porém sem o tom carismático. O agradecimento ao ex-presidente já era esperado, as mulheres foram exaltadas, sem se desligar da importância presidencial de Lula. "Após homem do povo trabalhador uma mulher", relembrou.

Dilma não deixou de lado os brasileiros. Em seu discurso fez questão de valorizar os 'brasileiros e brasileiras' tão trabalhados e desenvolvidos por Lula para transbordar essa brasilidade existente em cada um de nós. "Vivemos um dos melhores momentos da vida nacional", afirmou a presidenta.

A continuidade é vista como necessária, para Dilma 2011 será um período de consolidação da obra transformadora realizada pelo governo Lula. E seguindo essa linha recordou a importância da participação de todos nesta continuidade, um 'país continental'. Onde a probreza precisa ser erradicada, as pequenas empresas constantemente valorizadas e desta maneira confirmar ser o Brasil uma das "nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo".

O discurso foi um pouco longo e um tanto quanto utópico, mas estamos para ver neste mundo contemporâneo da política qual não o é. Afinal de contas, como lidar com uma fala sobre "remuneração adequada" semanas após a nova remuneração dos parlamentares.

A faixa demorou para ser repassada, mas deu tempo de Dilma passear e acenar, já que a chuva resolveu dar um tempo. A roupa vermelha cedeu lugar ao branco da cultura permanente da 'santidade feminina', junto com ela a curiosidade em saber como será o governo desta mulher comandada e envolvida por tantos homens tipicamente brasileiros.