quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cretinos #6

Ano de transformações, incertezas, novidades...2009!

Acabou 2009, o ano em que o Brasil definitivamente virou "cool", e o ano em que o mundo teve que trilhar novos caminhos para driblar os obstáculos impostos tanto pela ação do próprio homem, quanto pelas barreiras geradas pela natureza. O fato marcante de 2009, sem dúvida, foi a posse e o início de governo do primeiro presidente negro a comandar a nação mais poderosa do mundo, além de ser o tão esperado sucessor de George W. Bush. Aliás, o prêmio Nobel da Paz recebido por Barack Obama foi outra notícia que surpreendeu a todos, tendo em vista que ele herdou, do governo anterior, duas guerras que talvez o próprio Obama não quisesse estar. Mesmo assim, o "Sr. Nobel da Paz" já avisou: em julho de 2011, todas as tropas americanas deixarão o Afeganistão! Será? Mas não só de Iraque, Paquistão e Afeganistão viveram os Estados Unidos, no que diz respeito à política externa. A crise deflagrada por Kim Jong-Il, presidente da Coreia do Norte, insistindo em seu programa de testes nucleares, assustou o mundo. Outro problema para Washington foi o polêmico anúncio da instalação de bases militares norte-americanas em cidades da Colômbia, que rapidamente foi contestada pela maioria dos líderes sul-americanos. E Obama ainda teve que se preocupar com um nome: Mahmud Ahmadinejad.
Envolto à figura do seu presidente, no ano em que comemorou os 30 anos da sua Revolução Islâmica, o Irã ficou em evidência em 2009. Ahmadinejad começou o ano questionando a existência do Holocausto, em uma conferência da ONU sobre racismo. Depois, envolveu-se em uma crise interna gerada por sua reeleição, uma vez que fora acusado de fraude pela oposição, tendo como saldo várias mortes, vários feridos e pessoas detidas tanto na capital, Teerã, quanto em outras cidades. Incomodou os países do Ocidente com seu programa de enriquecimento de urânio, e ainda conseguiu visitar o Brasil e alguns países da chamada América Bolivariana. Falando em líderes polêmicos, não podemos nos esquecer de Muamar Kadaffi, que completou (surreais) 40 anos no comando da Líbia neste ano. Nem preterir Silvio Berlusconi, que de uma baixa popularidade entre os italianos (muito pelos escândalos sexuais que se envolveu), renasceu "graças" a um ataque contra ele, no qual um agressor atirou um objeto no seu rosto, fraturando o nariz e quebrando alguns dentes do primeiro-ministro italiano. Hugo Chavez, Fernando Lugo e seus casos de paterinadade, Evo Morales, Rafael Corrêa, Álvaro Uribe, a turma sul-americana fez barulho em 2009. Mas não tanto quanto um homem de bigode e chapéu de vaqueiro: Manuel Zelaya.
Ele queria repetir, em Honduras, o que Hugo Chavez fez na Venezuela: um plebiscito popular para uma tentativa de terceiro mandato. Foi deposto, e não mais retornou ao cargo. Mas o maior desafio para todos os líderes de países espalhados pelo mundo veio do México. Um inimigo invisível, que fez muita gente sofrer e mudar de hábitos para tentar vencê-la: a gripe suína. O vírus A(H1N1) foi o resposável por uma pandemia que não era vista desde a década de 1920. Mas além dela, outra crise foi implacável com os chefes de estado, que foi a econômica. Casos de demissões em massa, o pedido de concordata da General Motors, o pedido de moratória dos Emirados Árabes, entre outros, fizeram o planeta ficar estarrecido pelo medo de entrar em uma depressão igual aos anos após a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. No entanto, ao que tudo indica, os países se saíram melhores do que se esperava. No Brasil, foi só uma "marolinha", como disse o presidente. Falando nele, Luis Inácio Lula da Silva foi "o cara". Índices de aprovação de seu governo altíssimos, economia estável ante a crise de 2008, o Brasil emprestou dinheiro ao FMI sob seu comando, e ainda será lembrado como o presidente que realizou a façanha de trazer os Jogos Olímpicos, pela primeira vez, para uma cidade sul-americana, o Rio de Janeiro.
Mas enquanto Lula chegava a esse status de pop, a nação acompanhava mais um ano de mentiras, escândalos, corrupções, falta de coerência nas decisões, peculatos: a desastrada condução do caso Cesare Battisti; atos secretos para beneficiar familiares do presidente do Senado, José Sarney; farra das passagens aéreas para deputados, senadores e familiares; fraude no Enem; corrupção no governo do Distrito Federal (liderado pelo mesmo homem que, em 2001, vioulou o painel do congresso); as lambanças do Supremo Tribunal Federal; presidente que aconselha olhar para a biografia do acusado antes de sentenciá-lo; governador dizendo que vai estuprar o ministro; MST, Via Campesina, CUT, entre muitos outros. O que não faltou foi assunto em 2009. Uma questão foi resolvida: a devolução do menino Sean Goldman ao pai biológico. Outra questão, não: a Lei da Anistia, de 1979, vale para isentar de culpa os torturadores da época da ditadura militar? Nos resquícios dos tempos dos militares, em 2009 fez 40 anos do sequestro mais famoso da história do Brasil, no qual o embaixador norte-americano no país foi capturado por integrantes de movimentos que lutavam contra o regime militar.
Outros casos movimentaram 2009: a queda do avião Airbus, da empresa Air France, no oceano Atlântico, matando 228 pessoas que estavam à bordo; o avanço dos partidos de extrema direita na Europa, e o consequente crescimento da intolerânica contra os estrangeiros; o cerceamento sobre as mídias no mundo todo, com a liberdade de expressão sendo questionada; o caso de eutanásia envolvendo a italiana Eluana Englaro; a história do suposto ataque de skinheads sofrido pela brasileira Paula Oliveira, em Zurique, Suíça; a excomulgação da mãe da menina de nove anos que, ao ser estuprada pelo padrasto, em uma cidade do Pernambuco, ficou grávida de gêmeos, mas abortou; os sequestros de navios na costa africana; a selvageria em uma universidade contra a menina que usava uma saia curta; ataque a um helicóptero e onda de violência no Rio de Janeiro; ano da França no Brasil; crescimento notório da China; assassinatos e revolta contra brasileiros no Suriname. E o país ainda sofreu com o "apagão". Muita gente boa partiu em 2009: Claude Lévy-Strauss, Mercedes Sosa, Pina Bausch, Goffredo da Silva Telles Jr., Paul Samuelson, Friaça, Helio Gracie, Augusto Boal, Michael Jackson, entre outros, farão muita falta ao planeta.
A decepção do ano ficou por conta do fracasso da Conferência Climática, realizada na cidade de Copenhague, a fim de se chegar a um acordo sobre a redução de gases tóxicos emitidos pelos países. A mãe-natureza foi implacável com aqueles que a subestimam: do terremoto que liquidou a cidade de Abruzzo, localizada ao centro da Itália, até o completo alagamento de um bairro da capital paulista, o importante é que todos, desde autoridades até cidadãos-comuns, comecem a tomar as devidas providências para dirimir os efeitos do aquecimento global, e que possam deixar o planeta habitável para as próximas gerações, uma vez que alguns bens, como a água, estão cada vez mais escassos. Pelo menos a questão ambiental estará na pauta de todos os candidatos à presidência do Brasil no ano que vem. Não sei se por conta do PAC (programa de aceleração do crescimento) que enfrenta barreiras ambientais, como a questão da construção da Usina Belo Monte, ou por causa dos fenômenos da natureza que estão acontecendo da forma não esperada, ou pelo fator Marina Silva. Mas que os presidenciáveis, de repente, passaram a pensar no meio ambiente, isso é fato.
2009 terminou, vem aí 2010. Ano que marcará a realização da primeira Copa do Mundo de Futebol em uma país africano. Ano da tentativa de estabilização da economia mundial. Ano do Brasil provar que tem capacidade de ser líder, pleiteando uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Mais que tudo isso, ano do país eleger um novo presidente, aquele (ou aquela) que terá a responsabilidade de substituir Lula. Dilma Rouseff (recuperada de um câncer no sistema linfático), José Serra (que "venceu" a batalha interna contra Aécio Neves pela candidatura do PSDB), Marina Silva, e os demais candidatos que serão lançados, terão a responsabilidade de dar continuidade ao crescimento que acometeu a nação. Graças ao tal Pré-Sal? Graças à estabilização do Real, que em 2009 completou 15 anos de existência? Pode ser a junção desses dois fatores. O importante é o país crescer e ser um pouco mais honesto e justo com a sua população. Queremos votos conscientes, para que tenhamos mais políticos como Jarbas Vasconcellos, que escancarou a corrupção e o parasitismo que tomou conta do Congresso Nacional, bem no ano das comemorações dos 50 anos da capital Brasília. Ou votos (e fiscalização) mais coerentes, ou teremos que aturar mais parlamentares se lixando para nós.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Quem é o melhor cineasta da atualidade?

O cinema já nos deu-e a vida já os levou- diversos brilhantes diretores. Akira Kurosawa, Fritz Lang, François Truffaut, Howard Hawks, Stanley Kubrick, Glauber Rocha, Sergei Eiseinstein, Luís Buñuel, Michelangelo Antonioni, entre muitos outros, realizaram verdadeiras obras-primas, mexendo com o imaginário popular e ditando comportamentos, em alguns casos. Na semana passada, encontrei-me com os outros dois colaboradores deste blog. Ambos temos uma paixão em comum: filmes! Dentre os diversos assuntos que a sétima arte pode suscitar, veio uma questão bastante interessante: quem é o melhor diretor em atividade? Divagamos muito acerca desta pergunta, pois não é nada fácil citar "o melhor" diretor de filmes. Porém, elegemos um cineasta que consegue, a cada filme trabalhado, sensibilizar e prender a atenção do espectador com a delicadeza e a genialidade que sempre foram suas principais características.
O primeiro nome lembrado foi o de Woody Allen. Mestre em filmes que abordam o comportamento em sociedade, geralmente envolvendo casos amorosos e com boa dose de humor, ele já nos brindou com "Manhattan","Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", "Hannah e Suas Irmãs" e "Crimes e Pecados". Mas foi capaz de fazer alguns filmes aquém da sua capacidade, como "Dirigindo no Escuro" e "Scoop- O Grande Furo". Ou seja, foi descartado. Poderíamos escolher outro gênio que sabe muito bem falar sobre comportamento, agora de forma mais dramática, que é Pedro Almodóvar. Filmes como "Kika", "Carne Trêmula", "Tudo Sobre Minha Mãe" e "Fale com Ela" são marcos do cinema espanhol que agradaram, em cheio, as plateias do mundo todo. Mas é um cineasta que aborda, na maioria das vezes, sempre os mesmos temas. Ainda não era consenso entre os três. Nossa busca continuava.
Citamos então Steven Spielberg, o cineasta que agrada desde crianças até idosos, que sabe usufruir das tecnologias que os estúdios podem proporcionar, aliando muita emoção e fantasia. Não era interessante preterir um diretor que assinou obras-primas como "A Lista de Schindler", "A Cor Púrpura", " O Resgate do Soldado Ryan" e "Munique". Mas Spielberg escorregou em filmes como "Hook-A Volta do Capitão Gancho" e "Guerra dos Mundos", descredenciando-o do posto de melhor diretor em atividade. O polêmico Roman Polanski poderia ser o escolhido, pois "Repulsa ao Sexo", "O Pianista", e "Chinatown", são maravilhosos. Mas ainda não era o nome desejado por nós. Francis Ford Coppola e David Lynch foram lembrados, mas não estão em atividade constante, portanto, descartamos os dois.
Um diretor aprovado pelo trio foi Martin Scorsese. Cineasta brilhante, de fino trato com as cenas dirigidas por ele, e de talento ímpar com os assuntos abordados, na maioria das vezes relacionados à sociedade americana, já nos presenteou com "Táxi Drive", "A Época da Inocência", " Vivendo no Limite", "Gangues de Nova Iorque", entre muitos outros. Era essa a nossa escolha. Mas quando parecia que a resposta para a nossa pergunta estava encontrada, lembramos de um nome: Clint Eastwood! Conhecido, primeiramente, por suas excelentes atuações em filmes de faroeste dos anos 1960, e imortalizando um dos mais famosos policiais do cinema, o detetive Harry Callahan, da franquia "Dirty Harry", Eastwood arriscou-se atrás das câmeras e se deu muito bem. Seus filmes têm uma dramaticidade e uma intensidade como os de nenhum outro diretor. Além de abordar diversos assuntos ao longo das suas 30 obras realizadas, Eastwood consegue penetrar, com maestria, na alma de qualquer pessoa que assiste aos seus filmes. "Menina de Ouro", "Bird", "Sobre Meninos e Lobos", "Gran Torino", "Coração de Caçador", "Os Imperdoáveis" (o melhor filme de faroeste de todos os tempos), entre outros, fazem os espectadores se emocionarem e, de certa forma, aproximarem-se da realidade que os cerca. Este é Clint Eastwood, o melhor cineasta da atualidade.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cretinos #4

Ponto a ponto até a última rodada!

Terminou, no último dia 06/DEZ/2009, o Campeonato Brasileiro de Futebol mais disputado de todos os tempos. Desde a sua criação, em 1971, pela extinta Confederação Brasileira de Desporto(CBD), atual Confederação Brasileira de Futebol (CBF), não tínhamos uma disputa tão acirrada pelo mais cobiçado troféu do país. Nada mais, nada menos, que quatro times chegaram à última rodada disputando o título. E por que a competição de 2009 foi a mais concorrida, fazendo com que quatro torcidas ficassem apreensivas pela conquista? Graças à fórmula de pontos corridos!

A história do torneio mais importante do país começou em 1920, com a realização do Torneio Interestadual de Clubes, reunindo os campeões do ano de 1919 dos estados de São Paulo (Club Athletico Paulistano), do Rio Grande do Sul (Brasil de Pelotas), e do Rio de Janeiro (Fluminense). O título ficou com o clube paulista. Passaram-se 16 anos até ser realizado o II Torneio Interestadual de Clubes, vencido pelo Clube Atlético Mineiro. Mas, nessa época, a competição mais importante era o Torneio Rio-São Paulo, que envolvia os quatro principais clubes dessas cidades: Flamengo, Vasco da Gama, Botafogo, Fluminense, São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians. A partir da década de 1950, começaram a surgir competições de âmbito continental, como a Copa dos Campeões da Europa e a Taça Libertadores da América, forçando a CBD a criar uma competição nacional oficial, a fim de indicar um representante brasileiro para a disputa do torneio sul-americano.

Surgiu então a Taça Brasil, no ano de 1959, envolvendo os principais clubes de norte a sul do país. Esse formato de competição, que era eliminatório, durou até 1968, sendo substituído pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Mas foi em 1971 o ano de início do Campeonato Brasileiro de Futebol como conhecemos hoje. Seu primeiro vencedor foi o Clube Atlético Mineiro. O que chama a atenção é o fato de, entre 1971 até 2002, a competição ser disputada em sistemas eliminatórios(em uma época, a classificação de um time era feita através da renda de público do mesmo!?!?), no qual privilegiava-se mais a emoção do que a competência. Mas em 2003 o sistema mata-mata foi substituído pela fórmula dos pontos corridos, onde todos jogam entre si, em turno e returno, consagrando aqueles que mais pontos somar. O sistema de pontos corridos é utilizado em campeonatos europeus há décadas, sempre obtendo resultados significativos.

Com a introdução dessa fórmula no Campeonato Brasileiro , o que se viu foi a premiação do time mais bem estruturado naquele ano, mais nem planejado, beneficiando a competência, e não somente a sorte (ou a falta dela). E o torneio disputado em 2009 provou que é possível ter fortes emoções para os torcedores envolvidos sem deixar de privilegiar a competência e a organização, fazendo justiça aos vencedores (e aos perdedores também). Ainda é preciso que a CBF adeque o calendário brasileiro de competições futebolísticas ao calendário da FIFA, para que não aconteça reformulações de elencos com o campeonato em andamento, através do assédio de clubes europeus e o seu dinheiro mais que valorizado. Mas essa iniciativa de moralizar a competição, alterando a fórmula de disputa, foi uma jogada necessária e agradou ao torcedor brasileiro em sua maioria.

Parabéns ao Flamengo, campeão brasileiro de 2009. Parabéns aos classificados para a Copa Libertadores da América e para a Copa Sul-Americana de 2010. Parabéns aos clubes que escaparam do rebaixamento. E boa sorte àqueles que, no ano que vem, disputarão a série B, na tentativa de retornar à elite do futebol nacional em 2011. E vida eterna aos pontos corridos porque, em um país que vai sediar a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, a moralidade e a organização são fundamentais para se obter o sucesso desejado.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cretinos #3

Poltrona Vermelha #03

O título do filme 500 dias com Ela ((500) days of Summer) pode ser um pouco desestimulante, principalmente para quem não tem muita paciência com comédias românticas de sessão da tarde. Ou, se você possui um nível mais alto de testosterona também terá dificuldades em comprar ingressos para esse filme. Bem, parece que seus criadores sabiam disso, já que, logo no início informam não ser esse um filme de comédia romântica.

Claro que, até você ouvir isso do narrador, lerá muitas sinopses que lhe remeterão a ideia contrária do narrador e afirmarão: você deverá se preparar para uma comédia romântica. A história: Guri que se apaixona por guria, assim, logo que seus olhos encontram com os belos olhos azuis dela (impossível não notar que são azuis, você sempre será lembrado disso). Aí, você já pode imaginar todo o resto da história.

O bacana de 500 dias com Ela é exatamente isso. Apesar de ser tão 'a mesma coisa que já vi em outro filme', não é nada igual 'ao outro filme'. O desenvolvimento do filme no formato não linear é ótimo para que você pense sobre a vida dos dois. Fica complicado saber se torce para ficarem juntos ou não. Mas, o roteiro bem amarrado poderá trazer algumas surpresas, outras, nem tanto.

Entre citações como 'A primeira noite de um homem (The Graduate)' e até'Encantada (Enchanted)' o filme consegue mostrar um outro lado dos casais apaixonados. Sim, tenho que discordar da frase: 'Ele se apaixona. Ela não'. Ambos se apaixonam, porém, ela em uma intensidade diferente da dele.

Viver o 'amor' não é tarefa fácil. Por mais perfeito que ele pareça ser. Quem garante que de fato o é?! E, só porque não deu certo com você, não significa que não dará com outro. Ou, que o mundo está contra você. São algumas das discussões belamente abordadas por Tom e Summer. Alguns momentos são interessantes, como quando Tom mostra o que acontece na vida real e o que gostaria que fosse. Quem nunca teve desses momentos que atire a primeira pedra!

Marc Webb estreia no cinema trazendo uma bagagem especial de seu conhecido mundo musical (estamos falando de um experiente diretor de videos clipes). A trilha sonora tem uma participação especial, diria que o papel coadjuvante. Usada como desculpa para puxar assunto no elevador, para discutir relação e até sair dançando pela felicidade de uma noite bem sucedida; a música mostra sua importância.

Atuações sinceras, humor na medida, fotografia bem trabalhada - aplausos à parte na cena do trem - e, tomadas de câmera inteligentes que além de acompanhar sabiamente a não linearidade dos fatos são capazes de transformar imagens em verdadeiras obras primas - não ligue se você se pegar boquiaberto com o enquadramento em Tom quando este termina de pintar em sua lousa.Webb, de fato, tem jeito para a coisa, talvez, o cinema ganhe mais um bom diretor.

Informação importante, memorize antes de assistir o filme: Summer (Verão), Winter (Inverno), Autumn (Outono), Spring (Primavera).

domingo, 22 de novembro de 2009

Cretinos #02

Racismo à brasileira

O Brasil é racista. Mas assim como nossa economia, o racismo também é informal. Diferente dos Estados Unidos e da África do Sul onde o racismo estampava placas e leis de forma explícita, no Brasil o racismo sempre foi dissimulado, tanto é que dizemos que somos uma “democracia racial”. Nos Estados Unidos a população negra soma 13%, no Brasil, negros e pardos somam mais de 50%. Dizemos sem duvidar que os Estados Unidos são um país de racistas, mas qual país elegeu um presidente negro? E dizemos que nós é que somos uma “democracia racial”.
A maior metrópole negra fora da África é Salvador, na Bahia. Salvador nunca elegeu um prefeito negro. Nova York, nos Estados Unidos, de maioria branca, já elegeu um prefeito negro (David Dinkins, nos anos 90). No governo de George W. Bush tivemos dois negros importantíssimos no poder, Colin Powell e Condoleezza Rice. Um dos bancos pivôs da crise econômica atual, Merrill Lynch, foi presidido por Stanley O’Neal, um negro. E nosso presidente Lula disse que a culpa da crise econômica é dos “loiros de olhos azuis”.
No Brasil da democracia racial, a mãe de um famoso jogador de futebol sofreu sua dose de discriminação tanto racial, quanto sócio-econômica. Sim, no Brasil também odiamos os pobres, e sim, eles também são – curiosamente – a maioria da população. Quando o jogador foi contratado por um time estrangeiro e ganhou seus primeiros milhões, resolveu presentear sua mãe com um apartamento na cobertura de um luxuoso condomínio no Rio de Janeiro. Enquanto aguardava o elevador chegar, outra moradora – que ostentava sua riqueza com jóias e roupas de grife – a advertiu de que o elevador de serviço ficava nos fundos do prédio, a confundindo com uma empregada doméstica. Bem humorada, a nordestina de vestes simples respondeu “obrigado por me avisar, é que eu comprei a cobertura faz pouco tempo e ainda não conheço o prédio”. O caso ficou conhecido quando a FIAT fez um comercial usando o fato ocorrido e utilizando o slogan “está na hora de você rever seus conceitos”.
Não nos esqueçamos do breve passado obscuro europeu. No final do século XIX e início do XX houveram estudos raciais e de eugenia, onde tentavam comprovar que os negros eram inferiores aos brancos. E isso não exclui o Brasil. Um país que aboliu tardiamente a escravidão e que, no início do século XX, nas décadas de 10, 20, 30, a elite foi atraída pelo “racismo científico” europeu e adotou uma política de imigração de mão-de-obra européia branca, barrando africanos e ignorando os negros que já habitavam o país. Não nos esqueçamos, também, de que o Brasil foi um dos maiores importadores de escravos do mundo – e o maior das Américas.
Não está na hora de revermos nossos conceitos, mesmo?

sábado, 7 de novembro de 2009

Poltrona Vermelha #02

Quando soube do lançamento do documentário "Alô Alô Teresinha" nos cinemas da capital paulista, logo veio à mente lembranças da minha infância não tão distante. Recordo-me do Velho Guerreiro e sua implacável buzina, atormentando o sossego dos calouros que se apresentavam no palco do seu programa, e que divertiam os telespectadores nas tardes de sábado, através da Rede Globo de televisão. Assisti a este documentário em uma sessão que, para meu espanto e delírio, tinha somente mais uma pessoa presente no local (espanto e delírio pois não gosto de aglomerações em salas fechadas, como as de um cinema). Fiz questão de ir ao cinema ver essa homenagem ao maior comunicador da televisão brasileira de todos os tempos. No DVD, o impacto da película seria menor, pensei. E acho que acertei.Fui assistí-lo sob pressão dos críticos de que o documentário deixava a desejar. Confesso que não li nenhum dos comentários dos especialistas, pois a vontade de rever aquela figura carismática do apresentandor era maior (e não tive tempo de ler as críticas também, confesso). Agora, com o filme visto, vou atrás dessas opiniões conceituadas e ver em quais pontos os especialistas acharam o documetário mediano. Algo que talvez eles não tenham gostado, incluo-me, é o fato do filme não tratar da vida de Abelardo Barbosa. Trata-se de um documetário sobre os programas por ele comandado e os diversos personagens que ajudaram a alegrar a vida de muitas pessoas além, claro, de falar sobre o personagem construído pelo Velho Guerreiro. Ou talvez os críticos tenham achado exagerado o espaço concedido a alguns calouros da época que foram encontrados nos atuais dias. Também concordo.Mas o documetário é muito válido. Por exemplo, é interessante ver que as assistentes de palco denominadas chacretes não se resumiam à Rita Cadillac (a única que conhecia), a mais famosa delas: várias foram essas mulheres que mexeram com o imaginário masculino e que causaram inveja àsmuitas esposas da época. Aliás é muito importante, para quem se interessar pelo filme, atentar-se como estão vivendo, atualmente, essas personagens que fascinaram a geração do meu pai e outras gerações também. O modo como elas guiaram suas vidas após a morte de Abelardo Barbosa, quem conseguiu se manter bem, quem não saiu da mídia, quem caiu no ostracismo, quem não soube aproveitar as oportunidades dadas a elas. Uma verdadeira lição de vida para todos. Ainda sobre as chacretes, o espectador mais ligado notará que as "Dani Bananinhas" ou "Mulheres-Samambais" que têm na televisão de hoje devem muito, devem tudo, e mais um pouco, a essas mulheres.Pegando carona na famosa frase de Velho Guerreiro, na qual ele dizia que "na televisão, nada se cria, tudo se copia", ver os formatos dos programas por ele comandado e comparando-os com os de hoje, notar-se-a diversas semelhanças, como atrações, cenários, posicionamento de câmeras, contra-regras, entre outros. O único aspecto que diferencia os programas atuais com os de Abelardo Barbosa é o próprio Abelardo Barbosa! Seu jeito de conduzir o programa, comandar a plateia, seu personagem caricato, seu jeito de palhaço, sua incrível capacidade de improvisação quebrando qualquer tipo de roteiro ou protocolo ao vivo!, o transformou no maior ícone da comunicação da televisão brasileira.Quanto aos artistas, a princípio, só notei a falta dos Titãs, frequentadores assíduos do programa na década de 1980. De resto, está todo mundo registrado: o Rei, Wandelei Cardoso, Jerry Adriani, Baby Consuelo, Clara Nunes, entre muitos outros. Aos fãs de "toca Raul", relaxem, o homem também está lá, em um resgate histórico de um programa onde ele se apresentou, na extinta Tv Tupi, no início da década de 1970. Os amigos da minha faculdade devem estar não só se perguntando quem é Jerry Adriani e esses outros cantores acima citados, como também, por que não citei artistas como Ivete Sangalo ou bandas como o Skank. A todos só peço calma! pois Abelardo Barbosa, junto com o seu programa, morreu em 1988. Vários de vocês, caros amiguinhos, nem projetinhos eram ainda. Mas como bons profissionais que desajarão ser, assistir a este documetário e entender um pouco da história da televisão é de grande valia.As pessoas que me conhecem ficaram na dúvida: como assim o documentário me fez lembrar da minha infância? Simples, companheiros: lembro-me do cenário do programa, lembro-me das extravagantes fantasias utilizadas e dos bordões improvisados pelo Velho Guerreiro, e de alguns outros detalhes (que são poucos). Tinha apenas 8 anos quando o programa acabou. São resquícios de memória de uma época em que o país sofria com o alto índice de inflação, fantasma que assombrava a nação, além de um tempo em que o Brasil ainda aprendia a viver em uma democracia, mas que tinha, nas tardes de sábado, um alento para as mazelas daquela época. Uma alegria cativante que prendia o telespectador na poltrona, fazendo o povo gargalhar e se esquecer, por alguns instantes, de todos os problemas existentes. Essa alegria atendia pelo nome de José Abelardo Barbosa de Medeiros, o"está com tudo e não está prosa", Chacrinha!p.s.- Mas afinal, quem é a tal de Teresinha? Só assistindo ao documentário, minha gente!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

The Good, the bad & the blasé

Tarantino me instiga. É desses que sempre me faz pensar, não na estória, ou na moral, ou na ética, ou no sofrimento das personagens. Tarantino não me faz chorar, nem sentir pena. Me faz pensar. Pensar em cinema. Penso que ele faz filmes para quem gosta de cinema, não para quem gosta de ir ao cinema comer pipoca.
Inglourious Basterds, seu novo filme, me fez ir ao cinema. Duas vezes. Minto. Quem me fez ir duas vezes ao cinema foi um trabalho. Mas, de qualquer maneira, ver o filme duas vezes foi ótimo. Muitas coisas passaram pela minha cabeça. E, por fim, surgiu uma teoria. Explico.

Tarantino é fã de Sergio Leone. Eu sou fã de Sergio Leone. Sergio Leone foi (ele já morreu) um diretor de cinema italiano que ganhou fama nos Estados Unidos com três Spaghetti Westerns: Per un pugno di dollari (Por um punhado de dólares) de 1964, Per qualche dollaro in pìu (Por uns dólares a mais) de 1965 e Il buono, il brutto, il cattivo (Três homens em conflito) de 1966. Por um punhado de dólares é uma refilmagem de um filme de Akira Kurosawa, chamado Yojimbo, de 1961. Na história original que se passa na época feudal japonesa, Sanjuro - um ronin - se vê numa cidade onde duas famílias disputam o poder de controle da cidade, e Sanjuro resolve trabalhar de guarda-costas para o líder de uma família e, um dos inimigos possui uma pistola. Em Por um punhado de dólares, o estranho sem nome (sim, ele não tem nome mesmo), interpretado por Clint Eastwood, se vê numa cidadezinha onde duas famílias disputam o poder pelo controle. Ele resolve arranjar trabalho com as duas famílias e fazer as duas entrarem em conflito, destruindo-as, em benefício próprio, além disso, um dos inimigos possui uma espingarda. Depois dessa refilmagem, Leone deu continuação na saga do estranho sem nome em Por uns dólares a mais e Três homens em conflito. Na época os filmes fizeram certo sucesso, mas só depois que ganharam status de cult. Para os três filmes Ennio Morricone fez as trilhas sonoras. Morricone era outro ilustre desconhecido até então, apesar de ter gravado muitas coisas na Itália. Quão relevante ele é hoje? Os Ramones usavam o tema principal de Três Homens em conflito como abertura de seus shows. O Metallica usa até hoje a música The Ecstasy of Gold, também de Três homens em conflito, como introdução de seus shows. Inclusive, ano passado foi produzido um tributo à Ennio Morricone, e o Metallica participa do tributo tocando exatamente The Ecstasy of Gold. Além do Metallica, YoYo Ma, Quincy Jones, Herbie Hancock, Daniela Mercury, Celine Dion, Bruce Springsteen, participam do tributo com regravações de músicas de Morricone que fazem parte da trilha sonora de famosos filmes. Pasmem, Morricone nunca ganhou um Oscar de melhor trilha sonora. Além disso, ano passado, Ennio Morricone em pessoa, veio até o Brasil para algumas apresentações de suas mais famosas músicas de trilhas sonoras.
Desses três filmes, o mais famoso é Três Homens em Conflito. A história de três homens em busca do ouro da guerra. O filme se passa na guerra civil americana, e um soldado confederado esconde 200 mil dólares numa cova de um cemitério. Angel Eyes (O mau), sabe que esse soldado tem os 200 mil. Tuco (o feio), sabe que o dinheiro está escondido em um cemitério. Blondie (o bom), sabe em qual túmulo está enterrado o dinheiro. A estória se desenrola com Tuco e Blondie se aturando, pois um precisa do outro para chegar ao dinheiro. Enquanto isso, Angel Eyes se infiltra no exército do norte, trabalhando em uma prisão, na esperança de encontrar o soldado confederado que escondeu o dinheiro. No fim, os três se encontram no cemitério e acontece uma das cenas mais tensas do cinema, o duelo à três. O bom, o mau e o feio, cara à cara... à cara.
E aí chego em Inglourious Basterds, de Quentin Tarantino. E minha teoria é essa: Inglourious Basterds é o The good, the bad and the ugly de Tarantino.
O bom - Tenente Aldo Raine - participa da Operação Kino, sua missão é infiltrar-se no cinema onde ocorrerá a estréia do filme "O Orgulho da Nação", e explodir o lugar com Hitler dentro. O mau - Coronel Hans Landa - se mostra um competente "caçador de judeus", e diz que, na verdade, é apenas um bom detetive e que presta seus serviços ao Füher, e só pensa em si mesmo, no final, rende-se aos americanos em troca de tornar-se herói de guerra. E a feia - na verdade, a blasé - Shosanna, ou, Madamme Mimieux, que pretende vingar a morte de sua família incendiando o cinema lotado de nazistas. Os três, então, possuem, no fim, uma mesma meta: encerrar a guerra. Seus motivos podem ser diferentes, mas o fim é o mesmo. O ouro que eles perseguem é a cabeça de Hitler.

Curioso como um filme pode influenciar tanto, não?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Se comunique

Porque comunicação é falar...é palavra...é imagem...é escrita...


São várias as línguas e linguagens...escolha a que melhor se adaptar ;-)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Enterrando Dinheiro

Ganhar dinheiro para viver o dia-a-dia não é muito fácil. Na verdade, às vezes a sensação é de que fica mais difícil. Claro que algumas facilidades surgiram, mas, sempre será o 'dinheiro suado'.

Ok, não contei nenhuma novidade. E, também, não adianta ficar lendo se você acha que darei alguma dica para que seu porquinho ganhe alguns quilos extras. Na verdade, estou impressionada.

Em minha leitura pelo caderno Dinheiro da Folha de São Paulo (03.nov.2009), um título chamou minha atenção: Avanço econômico encarece os funerais. Sim!!
Além do dinheiro 'em vida', parece que muitos têm se preocupado com o momento 'em morte'.


É tanta brasilidade que fico abestiada. Sabia que é possível adquirir um jazigo nas áreas tops - do Cemitério de Congonhas - pela bagatela de R$25mil?! Quando li isso quase cai para trás. Bem, pelo menos, aquele que nunca teve uma boa vista da janela do seu quarto, poderá ter um ambiente digamos que agradável e privilegiado diretamente debaixo da terra.

Segundo a reportagem de Denyse Godoy a disputa por esses espaços tem sido grande. E, não para por aí. Não são somente as companhias aéreas que estão investindo em diferenciais nos seus serviços, as funerárias também. Desde manutenção mensal com flores e velas, até atendimento psicológico - para quem ficou vivo, claro.

É, eu achando que a estabilidade econômica auxiliaria na compra do pãozinho de cada dia e o povo já parcelando seus caixões. Inclusive, perto de casa rolou um outlet de caixões. Alguém interessado?!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Juventude Atraente

Quem diria não é mesmo?! Além da vitória 'olímpica' o Brasil anda bem concorrido. Atualmente visto como um grande comprador, a corrida para que o Brasil compre caças, americanos, suecos ou franceses, é acirrada.

Para os Estados Unidos não porque estamos em uma fase de boa representação política-econômica, mas sim, porque o avião deles é o melhor (alguém tem dúvida disso?! Nunca ouvi eles falarem que são ruins em alguma coisa).

Interessante mesmo, é que nessas pequenas batalhas, algumas falas ficam marcadas como:
"O mais importante desse acordo é nosso relacionamento com o povo brasileiro e o governo brasileiro", disse Tauscher*
Claro, claro, alguém tinha alguma dúvida com relação a isso? Os Estados Unidos sempre teve uma admiração incrível com o 'povo brasileiro'.

Parece que nossa brasilidade está transbordando de tal forma que não só os novos mercados têm interesse em parcerias verde/amarelo como, grandes e importantes vovôs parecem querer se envolver com o jovem Brasil.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A gente (não) quer só comida...


Brasilidade que é brasilidade, precisa de uma alimentação saudável.


Ps. É preciso clicar na foto para ler o recado ;-)


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O eterno quase lá

Interlagos. 18 de outubro. 34 graus na pista. Rubens Barrichello na pole position. Jenson Button em 14º lugar. Penúltima corrida da temporada 2009. Barrichello só precisava vencer essa corrida e seu parceiro Jenson Button não pontuar, para a disputa pelo título ficar para a última corrida em Abu Dhabi. Mas parece que Interlagos não estava para Barrichello.

No sábado 17, debaixo de muita chuva e um atraso histórico, Barrichello fez o melhor tempo e ficou com a pole position. Uma atuação perfeita do piloto brasileiro que nunca foi campeão. Com 17 anos de carreira na Fórmula 1, 287 grandes prêmios disputados, Barrichello só ergueu a taça de primeiro colocado 11 vezes, apenas. Um piloto que ficou nas sombras de Michael Schummacher na Ferrari por anos, conquistou a admiração dos brasileiros novamente quando entrou para a estreante equipe Brawn GP.

Numa era em que a tecnologia se mostra mais fundamental que a habilidade do piloto, Barrichello conseguiu figurar entre os primeiros colocados na classificação graças ao trabalho primoroso da Brawn GP com o desenvolvimento do carro. Não só ele, mas seu parceiro Jenson Button, também. Com 10 anos de carreira, Button já ergueu a taça de vencedor 7 vezes, sendo 6 só neste ano. A equipe Brawn GP fez um excelente trabalho em sua estréia, tendo seus dois pilotos disputando pelo título de campeão mundial.

Mas aí chegou o grande prêmio de Interlagos. O Autódromo José Carlos Pace estava abarrotado. Os ingressos se esgotaram ainda em 2008. O público foi em peso prestigiar a excelente atuação de Barrichello. Mas de novo, não foi a vez dele. E parece que a nossa brasilidade é contagiosa, pois esta corrida foi de uma brasilidade sem tamanho. Daniela Mercury deu o tom, cantando o hino brasileiro com um arranjo voltado para o Axé, e deu-se início ao 16º grande prêmio de 2009.

Logo na primeira volta um acidente. Jarno Trulli se enrosca no Laranjinha e tira Adrian Sutil da corrida. Os dois se desentendem, um aponta o dedo na cara do outro, discutem, quase saem no tapa. Já nos boxes, quando Kimi Raikkonen estava saindo dos boxes da Ferrari, Heikko Kovalainen sai dos boxes da Renault levando a mangueira de combustível junto, espirrando combustível no carro de Raikkonen, que, com o calor do motor, criou uma bola de fogo. Parecia um filme do Michael Bay, com explosões e garotas bonitas ao redor. O grande prêmio do Brasil parecia um episódio da Corrida Maluca.

Mas nem largando na pole, e tendo seu companheiro e rival largando na 14ª posição, Rubinho conseguiu adiar a disputa. Ross Brawn, dono da equipe, deixou bem claro que nessa disputa não havia favoritos, a disputa era honesta e limpa. E Jenson Button levou a melhor. Largando lá trás, Button pulou logo para a oitava posição, onde encontrou forte resistência do estreante Kobayashi, que deu um show em Interlagos. Mas mesmo assim, logo pulou para a zona de pontuação e conseguiu manter-se por lá. Já Barrichello, segurou muito bem seu primeiro lugar, mas aí a situação piorou pro brasileiro. Depois da segunda parada no pit-stop, Barrichello foi surpreendido com um pneu furado, que o forçou a fazer uma terceira parada. Aí o bolo desandou, o leite azedou. Button pulou para a 5ª colocação e Barrichello conseguiu um 8º lugar, somente. A disputa acabou ali. Com o 5º lugar, Button acumulou 89 pontos, contra 72 do brasileiro.

Foi uma vitória merecida, mais para a equipe Brawn GP, do que para Jenson Button. Muitos disseram que criar uma equipe de Fórmula 1 era loucura, mas Ross Brawn não deu ouvidos aos pessimistas. Em seu ano de estréia a equipe já conquistou um campeonato mundial de pilotos e de equipes. Agora resta a Barrichello conseguir o vice-campeonato para a equipe na última corrida do ano, em Abu Dhabi. De vice-campeonatos o brasileiro entende. Em 2002 e 2004 ele foi vice-campeão com a Ferrari ao lado de Schummacher. Como disse alguém, Barrichello só foi Barrichello, no domingo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fogo...fogo!!!

- Meu brasileiro, minha brasileira...esse é mais um treinamento de incêndio, por favor, larguem suas coisas e dirijam-se, calmamente, para fora...

Foi na Rua Piauí que alguns estudantes tiveram que descer as escadas, pareciam não ter fim, enquanto o fogo se 'alastrava' pelo prédio. De duas uma, ou eram devorados pelas labaredas vermelho/alaranjadas ou, ficavam surdos com aquele barulho irritante do alarme.

Já em lugar seguro, o segurança da brigada grita:
- Nada de ir para o bar pessoal, calçada mesmo...

E então...é com você Gajardoni, qual foi o resultado deste momento tenso e que causou a dúvida: bar ou sala de aula...

A aula estava fluindo. Todos estavam concentrados. O alarme apita. Um cara abre a porta e avisa que é uma simulação de incêndio, para todos descerem e saírem do prédio. O problema é que tinha que descer de escada. E para minha sorte, estava no 9o. andar. Fiquem sabendo que sou um adepto da tecnologia, um tecnólogo por assim dizer, então, escada é coisa arcaica se já existe o elevador. Mas fui traído pela tecnologia. Em caso de incêndio use as escadas, diz o aviso. Já enviamos o homem à Lua, já clonamos uma ovelha, já partimos um átomo ao meio e descobrimos do que é feito um átomo e, no entanto, não descobrimos como fazer um elevador funcionar com labaredas de fogo ao redor. E lá fui eu descer os nove andares de escada. Eu e todo mundo. Uma sensação um tanto claustrofóbica, e o sufocamento causado por tanta gente respirando num lugar apertado, mas sou brasileiro e não desisto nunca! Chegamos ao térreo. Inteiros, sadios, sorridentes. Todos estavam do outro lado da calçada. E foi lá que a festa começou. Todos se perguntavam se as aulas iam continuar. Alguns professores deram por encerradas suas aulas. E para manter o controle, um homem da brigada com um megafone anuncia "nada de ir para o bar, pessoal". Desculpe-me o bombeiro, mas nada melhor para um sobrevivente de incêndio afogar suas mágoas causadas por tal momento trágico. Mas aí a simulação acabou e tudo voltou ao normal. Mais ou menos. Brasileiro que é brasileiro aproveita até incêndio pra fazer uma horinha. Já que descí até o térreo, fumo um cigarrinho, não é mesmo? E aí voltamos para as salas de aula - os que não tiveram a sorte de terem suas aulas dadas por encerradas - e encerramos o dia como se nada tivesse acontecido.

Piauí, 143 - A brigada de incêndio isolando o prédio

Os alunos se amontoaram do outro lado da calçada - é incêndio ou festa?


Poltrona Vermelha #01


... Ahh Quentin Tarantino!!!
by Douglas

To be continue...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A brasilidade que transborda de todos nós...

Como já dizia o ilustríssimo Sílvio Luiz, "acerte o seu aí, que eu arredondo o meu aqui". A trupe entra em campo. Mas pra quê blog? A ideia foi da Carol, e é interessante. Três aspirantes a jornaleiros (ou seriam jornalistas? qual que é a profissão que não precisa de diploma, mais?) escrevendo sobre as coisas que acham que entendem. É um treino. Entenda que ninguém sabe tudo, e ninguém pára de aprender. O treino é constante. Então treinemos! A escrita é uma arte, a caneta (ou teclado) é a ferramenta e a palavra, o traço.
A brasilidade em questão, na verdade, foi uma piada originada numa aula de Geografia. E pegou. Então agora transbordamos a brasilidade. Mas o que é essa brasilidade? Tentaremos explicar com o decorrer de nossos posts.
Vamos ajudar o Douglas a entender esse mundo fantástico da tecnologia digital, também. Não peguem no pé dele, este é seu primeiríssimo blog! Agora só falta um perfil no twitter...
Mas enfim, falaremos sobre as coisas que gostamos, odiamos, conhecemos, desconhecemos. Como a Carol explicou, seria como um editorial de jornal impresso. Não vamos apenas noticiar coisas, mas treinar nosso senso crítico com análises e comentários de fatos.

Sei que é só mais um blog nesse mar de blogs, mas esse é o nosso blog!
VAI BRAISL!!!!!