quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fogo...fogo!!!

- Meu brasileiro, minha brasileira...esse é mais um treinamento de incêndio, por favor, larguem suas coisas e dirijam-se, calmamente, para fora...

Foi na Rua Piauí que alguns estudantes tiveram que descer as escadas, pareciam não ter fim, enquanto o fogo se 'alastrava' pelo prédio. De duas uma, ou eram devorados pelas labaredas vermelho/alaranjadas ou, ficavam surdos com aquele barulho irritante do alarme.

Já em lugar seguro, o segurança da brigada grita:
- Nada de ir para o bar pessoal, calçada mesmo...

E então...é com você Gajardoni, qual foi o resultado deste momento tenso e que causou a dúvida: bar ou sala de aula...

A aula estava fluindo. Todos estavam concentrados. O alarme apita. Um cara abre a porta e avisa que é uma simulação de incêndio, para todos descerem e saírem do prédio. O problema é que tinha que descer de escada. E para minha sorte, estava no 9o. andar. Fiquem sabendo que sou um adepto da tecnologia, um tecnólogo por assim dizer, então, escada é coisa arcaica se já existe o elevador. Mas fui traído pela tecnologia. Em caso de incêndio use as escadas, diz o aviso. Já enviamos o homem à Lua, já clonamos uma ovelha, já partimos um átomo ao meio e descobrimos do que é feito um átomo e, no entanto, não descobrimos como fazer um elevador funcionar com labaredas de fogo ao redor. E lá fui eu descer os nove andares de escada. Eu e todo mundo. Uma sensação um tanto claustrofóbica, e o sufocamento causado por tanta gente respirando num lugar apertado, mas sou brasileiro e não desisto nunca! Chegamos ao térreo. Inteiros, sadios, sorridentes. Todos estavam do outro lado da calçada. E foi lá que a festa começou. Todos se perguntavam se as aulas iam continuar. Alguns professores deram por encerradas suas aulas. E para manter o controle, um homem da brigada com um megafone anuncia "nada de ir para o bar, pessoal". Desculpe-me o bombeiro, mas nada melhor para um sobrevivente de incêndio afogar suas mágoas causadas por tal momento trágico. Mas aí a simulação acabou e tudo voltou ao normal. Mais ou menos. Brasileiro que é brasileiro aproveita até incêndio pra fazer uma horinha. Já que descí até o térreo, fumo um cigarrinho, não é mesmo? E aí voltamos para as salas de aula - os que não tiveram a sorte de terem suas aulas dadas por encerradas - e encerramos o dia como se nada tivesse acontecido.

Piauí, 143 - A brigada de incêndio isolando o prédio

Os alunos se amontoaram do outro lado da calçada - é incêndio ou festa?


2 comentários:

  1. Deve ter sido molezinha entrar em qualquer um dos elevadores logo após o encerramento do treinamento, não acham?? Tranquilinho!!!Brasileiro quase não gosta de fila e de tumulto...e se esfregar nos outros, né? Vai Brasil, meu filho!!!!!!!

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  2. A brasilidade das simulações... fico feliz de estar no terceiro andar. Fico feliz de ouvir uma menina gritar com o funcionário do Mackenzie que educadamente pediu para os alunos descerem. "ATÉ PARECE QUE EU VOU SAIR DAQUI!!!". Eu como uma flor da roça não imaginei a possibilidade de presenciar uma simulação de incêndio, e meu coração puro disse que eu ia morrer antes de entregar o resumo do Citelli.

    Fico feliz de estar viva.
    Laura Maria

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