sábado, 27 de fevereiro de 2010

Moralidade para a Brasilidade

Tenho uma amiga que não é muito fã de pessoas que desdenham do Brasil. Inclusive, em breve, estará postado, neste blog, uma carta-aberta dela dizendo o porquê é contra a brasilidade que transborda. Acho que minha colega quer discrição, portanto, chamarei-a de Ana. Ela não concorda com os pensamentos e ideais que eu, A.G., e Carolina Teixeira temos acerca dos absurdos que movem esta nação. Não gostamos do "jeitinho brasileiro", um câncer que desgraça o país, acarretando em jogar para "debaixo do tapete" toda a corrupção, as falcatruas, as injustiças, e os abusos que corroem essa sociedade.

A Ana, quando classificada pela brasilidade de ufanista, diz ser contrária a esse adjetivo - ela diz ser apenas uma amante do Brasil, e que problemas acontecem em qualquer país do mundo - mas, no fundo, é uma ufanista de marca maior. Por incrível que pareça, amo o Brasil. Afinal, nasci, cresci, e aprendi, aqui. O maior país da América do Sul possui liberdades que são cerceadas em outras nações. Nem me imagino sendo um cidadão chinês, tendo o conteúdo da internet limitado pelo governo, por exemplo. Ou ser um cidadão iraquiano, em meio a uma guerra que provavelmente não queria estar.

E meus amigos próximos sabem do meu esforço para pôr "panos quentes" em diversas notícias contrárias à moralidade e o bom-senso. Mas, minha estimada Ana, e caro leitor, não posso deixar passar dois acontecimentos que fazem reforçar meus ideais contra essa dissonância abissal que existe entre o que é certo e o que é malandragem (entendam por safadeza). Só não me deixa chocado porque já vi presidente da república roubar a população na maior cara de pau e receber, como "punição", apenas a perda do mandato, quando deveria ter passado, no mínimo, 30 anos na cadeia.

O primeiro caso vem do Rio de Janeiro. Em 2007, um menino de 6 anos, João Hélio, durante um assalto ao carro onde estava, ficou preso ao cinto de segurança e acabou sendo arrastado por alguns metros pelos bandidos que levaram o veículo de sua mãe. Morreu na hora. Um dos bandidos tinha 16 anos, o que pela legislação, não poderia ser julgado como adulto. Nesta semana, já com 19 anos, foi solto, e ainda por cima, ganhou outra identidade, a fim de que não seja reconhecido e, consequentemente, assassinado. Que país é este que permite um jovem de 16 anos eleger governantes e, ao mesmo tempo, protege um assassino cruel que destruiu uma família inteira, a do menino João Hélio? Para mim, isso chama-se incoerência. Dentro da esfera nacional, nesta semana, quem deveria ter a identidade trocada e proteção policial não era esse bandido, mas sim, a funcionária de uma casa lotérica no Rio Grande do Sul que não registrou o bilhete que acabaria sendo premiado, destruindo os sonhos de cerca de 40 apostadores que tiveram seu bilhete sorteado, mas não levarão 1 centavo de prêmio. O erro dessa moça foi grave, mas alguém aí nunca errou na vida?

O outro caso, de tão absurdo e patético que foi, torna-se bizarro. Na cidade de Ivinhema, a 345km de Campo Grande, uma mulher de 32 anos perdeu o seu bebê durante o parto. Motivo? Uma briga envolvendo o médico escolhido pela mãe para realizar a cirurgia e o médico plantonista no momento! Enquanto os dois batiam boca e se estapeavam, talvez por ciúme, sei lá, o bebê não resistia e acabaria vindo ao mundo já morto. Esses dois idiotas foram demitidos do hospital. Mas só isso? O que eles fizeram não é um assassinato? Não deveriam ser julgados por crime?

Minha querida amiga Ana, estamos esperando seu texto etéreo sobre o "maravilhoso" Brasil que você tenta nos vender. Este país que inocenta bandidos, que premia parlamentares desonestos, que há anos não consegue erradicar a epidemia de dengue, que deixa passar os casos mais absurdos que se possa imaginar. Mas, Deus é brasileio, não é? A bandalheira está debaixo dos nossos narizes, mas é muito melhor pular carnaval e dançar o "Rebolation", do que se preocupar com a moralidade e os bons costumes, certo?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pensamentos Aleatórios: Pré-estreia MUNDIAL

Alguém por favor, pode explicar o que significa pré-estreia mundial ?!

"Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, teve pré-estreia mundial nesta quinta-feira, 25, no Cine Odeon da Leicester Square, em Londres. (...)
Todo o burburinho da pré-estreia desta quinta foi transmitida ao vivo pela internet. A exibição do filme, claro, foi offline. Por aqui, Alice deve estrear em 23 de abril."


Desculpem, mas eu realmente acreditava que pré-estreia ou, estreia, MUNDIAL significava acontecer mundialmente, isto é, no mesmo dia. É ignorância transbordante em minha brasilidade?! Ou, apenas uma expressão confusa mesmo?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Mãe vou empinar!!!

Algumas coisas diárias a gente só se pergunta 'porque não estava com minha máquina'. Mas, sem problemas, a brasilidade a partir de semana que vem estará sempre com a máquina em mãos.

Entretanto, vale contar a cena testemunhada.

Em uma rua qualquer, de um bairro classe média, da cidade de São Paulo. Já no final no dia, quando olho para o alto e vejo. Alguém tentando empinar pipa. Logo pensei, não pode ser criança, pois as aulas começaram.

Observo cuidadosamente e lá estava, um rapaz, provavelmente dos seus 25anos, cabelo grande, tatuagem no braço, sem camisa, tentando encontrar o vento diretamente do telhado de sua casa. Isso, nada de laje, varanda, muito menos calçada. Ele estava em cima dos tijolinhos vermelhos.

Fala que não é brasilidade transbordante?! Durante semana! E, nesse calor, sinceramente, ele não encontrará muito vento não.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pensamentos Aleatórios: Natal fora de Época

Isso porque a gente acha que algumas coisas só em filme

Ele bem que tentou roubar o lugar, mas, ficou intalado na chaminé.


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Dois pesos e duas medidas

Estamos em pleno verão, e, tratando-se de um país tropical, no caso o Brasil, é mais que natural que haja temperaturas elevadas nesta época, obrigando as pessoas a se refrescarem, da melhor maneira, diante de uma onda de calor que toma conta das cidades nesta época do ano. É o famoso "um sol para cada habitante". Mas, em 2010, a sensação que se tem é que o verão está mais quente do que o habitual, culpa, talvez, do tal aquecimento global. Estando mais quente do que outras épocas ou não, é inadmissível que se autorizem a realização de partidas de futebol em uma faixa de horário que vai das 11 horas às 15 horas. Não é inaceitável somente pelo fato de comprometer a qualidade do espetáculo, no que diz respeito à técnica, mas também, é desumano.

Pois é exatamente essa prática que está sendo utilizada neste início de temporada. E por que as federações de futebol, espalhadas pelo país, estão marcando os jogos para horários impróprios às práticas do esporte? Porque quem determina os horários e as datas das partidas é a detentora dos direitos de transmissão dos jogos: a Rede Globo de televisão. Ironia do destino, ou não, é a mesma emissora que lidera, junto com a CBF(Confederação Brasileira de Futebol), um movimento para extirpar partidas em cidades onde sua localização esteja a, no mínimo, 2.800 metros acima do nível do mar, como La Paz, Potosí, ou Quito, quando estas recebem ou clubes brasileiros ou a Seleção Brasileira.

Jogar na altitude, sem um mínimo de preparação e tempo adequados, é um convite para alguma trajédia. Mas, e jogar sob um sol de 33 graus em uma cidade como Itu, ou a 37 graus em Porto Alegre, ou a 35 graus no Rio de Janeiro, não é uma falta de bom senso também? Uma das vítimas deste horário nefasto que estão sendo marcados os jogos foi o comentarista esportivo da própria emissora, o ex-jogador Batista, que durante a transmissão de um jogo que ocorria na capital do Rio Grande do Sul, desmaiou em umas das cabines do Estádio Olímpico, sucumbindo diante das câmeras.

As partidas são marcadas pela Rede Globo, neste tipo de horário, para que sua grade de programação não sofra alterações, uma vez que é "sagrado", há 30 anos pelo menos, termos as novelas, seu principal produto, iniciando suas transmissões às 18 horas. O "carro-chefe" da emissora carioca é prioridade para eles, não respeitando o horário de verão, os atletas, e o torcedor. Aliás, desrespeito ao público que vai aos estádios, e até mesmo com o telespectador, é uma prática do canal já há algum tempo: foi ela quem inventou o esdrúxulo horário das 21h50min. das quartas-feiras para iniciar as partidas que irá transmitir. Ou seja, os jogos se iniciando neste tempo, no mínimo, o torcedor que vai ao estádio sairá de lá ás 23h30min., sendo que o dia seguinte é uma plena quinta-feira, dia normal de trabalho. Sem contar a dificuldade de transporte público após esse horário e a falta de segurança iminente.

Já são, pelo menos, 13 anos de descaso com o torcedor brasileiro e com os jogadores. Que a atitude em coibir as partidas realizadas na altitude, sem a preparação adequada, é sensata, ninguém questiona. Mas programar jogos às 11 horas, ou às 15 horas, que é o que está sendo feito, e foi deliberadamente praticado no sábado de carnaval, é de uma falta de sensibilidade sem precedentes. Quem paga a conta são os jogadores e o torcedor, que mais uma vez não é respeitado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pensamentos Aleatórios: Olimpíadas de Inverno?

Se você só assiste Globo (e afilhados) talvez não saiba mas, está rolando Olimpíada de Inverno em Vancouver. É interessante, jogos diferentes da Olimpíada normal, mas, tão importantes quanto.

"Nem um floquinho de neve da Olimpíada de Inverno de Vancouver apareceu na Globo até ontem. A emissora alega que não falou sobre o evento porque não viu fato "relevante" (um competidor morreu em uma prova), não possui os direitos de transmissão- que foram da Globo até 2006 e agora são da Record - e porque não possui ninguém de sua equipe lá cobrindo. Opa: e a turma do Sportv?"

Fonte: O Estado de São Paulo


É, e tudo o que aprendemos na sala de aula, nessas horas, vai pelo ralo!!! É a brasilidade minha gente.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

"o brasileiro é um feriado"

O texto abaixo é do Josias de Souza.



O vídeo acima traz uma entrevista concedida pelo advogado Marthius Sávios ao canal que o STF mantém no Youtube.

O doutor Sávios advoga em Brasília. Atua junto aos tribunais superiores. Uma de suas especialidades é o direito trabalhista.

Pois bem, o entrevistado do STF informa: Carnaval não é feriado. Por quê? Não há nenhuma lei federal que trate da matéria.

Os foliões enforcam a segunda, a terça e metade da quarta por tradição, não por direito. Se quiser, o empregador pode atravessar o samba.

Você já deve ter ouvido aquela máxima segundo a qual, no Brasil, há leis que pegam e leis que não pegam.

Apareceu pela primeira vez numa crônica de Fernando Sabino: “O Império da Lei”. Consta de um livro de 1962: “A Mulher do Vizinho”.

Sabino sempre atribuiu a história das leis que pegam e das que não pegam a outro escritor, mineiro como ele: Otto Lara Resende.

Otto desmentiu o amigo numa crônica de 1992: “Às vezes, pega”. Incluiu o texto no livro “Bom Dia para Nascer”.

“Lisonjeiro, mas não fui eu”, escreveu Otto. “A história é do Genolino Amado”. E quem diabos era Genolino?

Além de amigo de Otto, Genolino era advogado. Trabalhava na prefeitura do Rio. Foi nessa condição que ele indeferira a petição de um munícipe.

Contrariado, o demandante protestou. “Mas essa lei eu conheço não é de hoje”. E Genolino: “Não pegou. O senhor não sabia?”

Genolino contou a história ao Otto, que a repassou ao Sabino, que a converteu numa crônica, que virou jabuticaba brasileira: leis que pegam, leis que não pegam.

Em relação ao Carnaval, deu-se outro tipo de fenômeno: o feriado da folia pegou antes mesmo de virar lei.

Nessa matéria, vale outra máxima, do cronista Nelson Rodrigues: “O brasileiro é um feriado”. Não há lei capaz de modificar isso.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Deus morreu no cinema

Nietzsche anunciou, "Deus está morto". A era do Anticristo é agora. Sua visão niilista do mundo deixou muita gente atônita. Seu pessimismo, notável, perante a humanidade, traçou novos rumos na filosofia contemporânea. Mas isso foi no século XIX, há muito tempo e muita coisa mudou.
Hoje, Lars Von Trier anuncia, "Deus está morto". Lars matou Deus e arrastou todos para o inferno do Éden. "O Anticristo" de Lars não é uma obra que irá traçar novos rumos no cinema, mas com certeza pode-se dizer que é tão impactante quanto o livro de Nietzsche.
Não é um filme fácil, muito menos agradável, é tenso, pesado, chocante, mas, ainda sim, belíssimo. Já começa com um prólogo lindíssimo, em preto e branco, em câmera lenta, abarrotado de simbologias. A água caindo no rosto da esposa, a babá eletrônica no mudo, os três soldados de chumbo sobre a mesa, a garrafa de uísque sendo derramada, a janela se abrindo, o filho jogando os soldados de chumbo no chão, o ursinho amarrado no balão, etc. O prólogo te conta tudo.
Mas aí a coisa fica mais pesada. Lars te leva para o Éden, onde os humanos fazem o inferno, como dois anjos caídos tentando redimirem-se de seus erros. É a natureza do homem - e da mulher - carregar o inferno da existência. A dor, o sofrimento, e o luto, carregam o filme. A esposa, interpretada por Charlotte Gainsburg, passa por estes três estágios após a trágica morte de seu filho. Seu marido, interpretado por Willem Dafoe, um psicanalista, tenta tratar sua mulher e ajuda-la a passar por estes estágios. Para isso, eles vão para o Éden, uma floresta onde existe uma cabana onde a esposa passou um tempo estudando a natureza da mulher. E é para lá que ela volta, não para estudar a sua natureza, mas para vive-la. E aí o inferno reina.
Na tentativa frustrada de tentar ajudar a esposa, ele vê sua mulher transformando-se em algo que nega a natureza, toda a natureza, a dela, a dele, e a natureza em si. "A árvore apodrece lentamente", ela diz, como todos nós apodrecemos aos poucos até o inevitável fim. Ora ela ama, ora ela odeia, ora ela sorri, ora ela chora, ora ela expõe seu ódio. As imperfeições do humano estão todas lá, explícitas e chocantes. Fazer sexo para fugir da dor, fazer sexo para fugir do sofrimento, fazer sexo para fugir do luto, fazer sexo para fugir do sexo, o seu próprio sexo, deixar de ser mulher ou homem. As cenas com mutilações genitais chocam, mas ali mostra a vontade dela de não ser mais quem é, nem a vontade de ver seu marido ser quem é. Para ela, ele deixou de ser homem, e ela deixou de ser mulher. No Éden ninguém é homem ou mulher, como anjos, assexuados, anjos caídos, malditos, presos em corpos humanos, carregados de dor, sofrimento e luto.
Até que os três mendigos chegam. Diferente dos três Reis Magos que trazem presentes para o novo salvador, os três mendigos trazem a morte. Lembra-se dos três soldados de chumbo que o filho derruba no começo do filme? Cada soldado tinha um nome: Dor, Sofrimento e Luto. Os três mendigos trouxeram o presente para o filho: A morte inevitável. A morte enquanto os pais faziam sexo. O alfa e o ômega. O início (sexo) e o fim (morte). Essa é a imagem que Lars - um ateu - tem de Deus.
Um filme para poucos. Há muito romantismo na obra. Mas não é qualquer um que aguenta esse romantismo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pega o guarda-chuva!!!

Porque brasileiro que transborda, não perde a elegância nem nesses momentos!